
É a menor taxa de desocupação já registrada, segundo o IBGE. Na informalidade estão 38,7 milhões de brasileiros
A taxa de desemprego no Brasil caiu para 5,8% no segundo trimestre de 2025, em comparação com trimestre imediatamente anterior (7%), informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta quinta-feira (31). Essa é a menor taxa de desemprego já registrada pela série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, iniciada em 2012.
No período, o número de brasileiros em busca por uma vaga de emprego foi estimado em 6,3 milhões, sendo 1,3 milhão de pessoas a menos que o trimestre encerrado em março deste ano, ou um recuo de 1,1 milhão de pessoas frente ao mesmo trimestre de 2024.
O IBGE destaca que no segundo trimestre deste ano foram observados recordes na taxa de participação na força de trabalho (62,4%), no nível da ocupação (58,8%, igualando-se ao trimestre de setembro a novembro de 2024) e no contingente de trabalhadores com carteira assinada no setor privado, que chegou a 39 milhões.
No trimestre encerrado em junho deste ano, o contingente na força de trabalho (pessoas ocupadas e desocupadas), chegou a 108,6 milhões de pessoas, recorde da série histórica.
Por análise da ocupação, houve aumento somente no grupamento de Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (4,5%, ou mais 807 mil pessoas). Os demais, o IBGE avaliou como estabilidade, ou seja, não houve variação significativa.
Já em relação ao período entre abril a junho de 2024, a Indústria Geral lidera com alta de 4,9%, ou ingresso de mais 615 mil pessoas, seguida pelo Comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas (3,0%, ou mais 561 mil pessoas), Transporte, armazenagem e correio (5,9%, ou mais 331 mil pessoas), Informação, Comunicação e Atividades Financeiras, Imobiliárias, Profissionais e Administrativas (3,8%, ou mais 483 mil pessoas) e Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (3,7%, ou mais 680 mil pessoas).
DESALENTO RECUA
Outro destaque, vem do número de pessoas que desistiram de procurar empregos (desalentados: 2,7 milhões), com quedas de 13,7% frente ao trimestre encerrado em maio, e de 14,0% ante o mesmo período de 2024.
Assim, a taxa composta de subutilização da força de trabalho, que considera, além do percentual de pessoas desalentadas, os desempregados, subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas, entre outros, ficou em 14,4%. O resultado corresponde a uma queda de 1,5 ponto percentual ante o trimestre encerrado em março (15,9%). Já em comparação ao mesmo trimestre de 2024, o recuo foi de 2,0 p.p.
38,7 MILHÕES DE BRASILEIROS ESTÃO NA INFORMALIDADE
No trimestre findo em junho, a taxa de informalidade ficou em 37,8%, sendo o segundo menor índice já registrado pela pesquisa. Ainda assim, o número de trabalhadores descalços de direitos trabalhistas, vivendo de “bicos”, com jornadas de trabalho exaustivas, salários muito baixos e renda miserável, segue nas alturas no país. Ao todo, foram registrados 38,7 milhões de trabalhadores informais no segundo trimestre de 2024.
A queda na informalidade do trabalho, por um lado, se deu pelo avanço no contingente de trabalhadores no trabalho formal (entrada de 357 mil pessoas no trimestre), mas pelo outro pelo crescimento de 3,8% do número de trabalhadores por conta própria com CNPJ (mais 256 mil) na comparação trimestral.
No trimestre, houve alta de 2,6% no contingente de trabalhadores sem carteira assinada (13,5 milhões), com acréscimo de 338 mil pessoas.
Os trabalhadores por conta própria (25,8 milhões – recorde da série) também cresceram no período, com ingresso de mais 426 mil pessoas, o que representa uma alta de 1,7% ante ao primeiro trimestre deste ano. No ano, são mais de 767 mil pessoas se virando por contra própria.
RENDIMENTO
No segundo trimestre, o rendimento real habitual de todos os trabalhos atingiu o maior valor da série histórica, ao atingir R$ 3.477. Esse valor corresponde a uma alta de 1,1% no trimestre e de 3,3% na comparação anual.
A massa de rendimento real habitual também bateu recorde, estimada em R$ 351,2 bilhões, sendo uma alta de 2,9% em relação ao trimestre anterior e de 5,9% na comparação com o mesmo trimestre de 2025.