De maio a agosto, mais 2,8 milhões de pessoas ficaram sem ocupação, diz IBGE
O desemprego no país avançou 27,6% em quatro meses de pandemia, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na quarta-feira (23).
No período de maio a agosto, mais 2,8 milhões de pessoas ficaram sem ocupação – fazendo com a taxa de desemprego alcançasse 13,6% no país, o equivalente a um total de 12,9 milhões de desempregados e a maior desde então.
Entram na estatística de desemprego, pelos critérios da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad), aqueles que buscaram trabalho nos dias antecedentes à pesquisa.
Enquanto a desocupação cresceu, no mesmo período houve um decréscimo na população ocupada – estimada em 82,1 milhões de pessoas em agosto, uma redução de 2,7% sobre maio, quando o contingente de ocupados era de 84,4 milhões de pessoas.
O levantamento comparativo entre os meses de pandemia também calculou que 27,2 milhões de pessoas não computadas como desempregadas gostariam de trabalhar, embora não tenham buscado emprego no mês da pesquisa. Destes, 17,5 milhões (64,4%) alegaram que deixaram de buscar uma colocação no mercado de trabalho devido à pandemia ou à falta de trabalho na localidade, mas gostaria de trabalhar.
Os números da Pnad divulgados hoje e considerados a taxa oficial de desemprego foram menores do que no levantamento especial Pnad Covid, criada pelo IBGE para acompanhar semanalmente o mercado de trabalho durante a pandemia. Na quarta semana de agosto, o país registrou recorde no número de desempregados, somando 13,7 milhões de pessoas – uma taxa de 14,3%.
Informalidade
A Pnad computou que, dos 82 milhões de ocupados, 27,9 milhões trabalhavam na informalidade. Esse número caiu 5% na comparação com maio – quando o número era de 29,3 milhões.
Regiões e aspectos demográficos
De acordo com a Pnad, as maiores taxas de desocupação foram observadas no Nordeste (15,7%), Norte (14,2%) e no Sudeste (14%). Nas três regiões, a taxa é maior do que a média nacional.
A Pnad também computou que a desocupação é maior entre as mulheres – taxa de 16,2%. Por cor ou raça, a taxa entre os de cor preta ou parda é de 15,4%, enquanto para brancos é de 11,5%.
Pelo recorte demográfico da pesquisa, entre os mais jovens (14 a 29 anos de idade) a taxa de desocupação é de 23,3%.