No primeiro trimestre a taxa de desocupação no país subiu para 7,9%, na comparação com o trimestre anterior. São 8,6 milhões de desempregados e alto nível de informalidade no país
O desemprego avançou em oito das 27 unidades da federação (UFs) no primeiro trimestre de 2024, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta sexta-feira (17).
No trimestre, a taxa de desemprego nacional foi de 7,9%, o que corresponde a uma alta de 0,5 ponto percentual (p.p.), quando comparado ao quarto trimestre de 2023 (7,4%). Já o contingente de brasileiros desempregados no país cresceu 6,7%, na mesma base de comparação.
Em números absolutos, há 8,6 milhões de brasileiros em busca de vagas de emprego no país, sem encontrar.
Entre as oitos UFs que demonstraram crescimento no desemprego, estão: Acre (+2,2%), Bahia (+1,4%), Maranhão (+1,3%), Mato Grosso do Sul (+1%), Minas Gerais (+0,6%), Rio Grande do Sul (+0,6%), Santa Catarina (+0,6%) e São Paulo (+0,5%). No Amapá (-3,4%) houve queda na taxa de desocupação e as 18 UFs restantes apresentaram estabilidade em suas taxas.
As maiores taxas de desemprego foram verificadas na Bahia (14,0%), Pernambuco (12,4%) e Amapá (10,9%) e as menores, de Rondônia (3,7%), Mato Grosso (3,7%) e Santa Catarina (3,8%).
Por região, o desemprego cresceu no Nordeste (aumento de 10,4% para 11,1%), no Sudeste (de 7,1% para 7,6%) e no Sul (de 4,5% para 4,9%), e ficou estável no Norte e no Centro-Oeste.
INFORMALIDADE
A taxa de informalidade permanece muito elevada no país, ficou em 38,9% da população ocupada (100,2 milhões de pessoas) no primeiro trimestre de 2024. Estima-se que existem no país cerca de 38,9 milhões de brasileiros exercendo atividades de trabalho informal – sem direitos trabalhistas, ocupação de trabalho de baixa qualidade e de baixa remuneração, que muitas vezes não chegam a sequer meio salário mínimo (R$ 706).
As maiores taxas de informalidade ficaram com Maranhão (57,5%), Pará (56,7%) e Piauí (54,9%) e as menores, com Santa Catarina (27,4%), Distrito Federal (30,7%) e São Paulo (31,0%).
No país, o percentual da população ocupada do país trabalhando por conta própria foi de 25,4%. Entre as UFS com maiores percentuais, estão: Rondônia (35,0%), Amapá (32,9%) e Maranhão (32,6%) e os menores, do Distrito Federal (20,4%), Mato Grosso do Sul (21,1%) e Tocantins (21,2%)
Já a taxa de subutilização do país avançou e chegou a 17,9% no trimestre encerrado em março de 2024. No trimestre móvel anterior, essa taxa estava em 17,3%.
O Piauí (37,1%) é o estado com a maior taxa de subutilização no país, seguido por Bahia (32,1%) e Alagoas (29,4%). Já as menores taxas ficaram com Santa Catarina (6,9%), Rondônia (8,0%) e Mato Grosso (10,3%).
Ao todo, no país, são 20,7 milhões de pessoas na chamada subutilização da força de trabalho , uma alta de 3,9% no trimestre (mais 770 mil pessoas).
Na semana passada, o Banco Central (BC) decidiu impor mais barreiras contra a criação de novos empregos no país, ao reduzir a taxa de juros básica (Selic) em apenas 0,25 ponto percentual, de 10,75% para 10,50% ao ano. No atual quadro de desinflação, a decisão eleva o juro real (descontada a inflação) no Brasil – submetendo os brasileiros a uma restrição ainda maior nos investimentos públicos e privados e no consumo de bens e serviços.
Mesmo com os sete cortes a conta-gotas na taxa Selic pelo BC, iniciados desde agosto de 2023, os brasileiros hoje ocupam a segunda colocação entre os maiores pagadores de juro real do mundo, segundo o site Moneyou.