38,3 milhões de brasileiros estão na informalidade
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apresentou na sexta-feira (28) os primeiros dados sobre desemprego do ano. Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (Pnad Contínua), a taxa de desocupação ficou em 11,2% no trimestre encerrado em janeiro, o que significa que são 11,913 milhões de desempregados.
Sobre o trimestre encerrado em dezembro, o período terminado janeiro de 2020 mostrou uma taxa de desemprego 0,2 ponto percentual maior. Embora o IBGE apenas compare resultados de um mesmo trimestre ou com três meses de intervalo, em números isso significa que o contingente de desempregados cresceu de 11,6 milhões (11%) em dezembro de pessoas para 11,9 milhões (11,2%) no início do segundo ano de mandato de Bolsonaro. Em 2019, a taxa média anual foi de 11,9%.
Inatividade e desalento
Como a pesquisa mensal do IBGE apenas considera desocupado quem efetivamente procurou emprego nos 30 dias antecedentes à consulta, a avaliação do próprio instituto é que houve uma redução no número de pessoas desempregadas que procuram emprego.
Na comparação com o trimestre encerrado em outubro, por exemplo, a população considerada fora da força de trabalho (não está procurando, nem trabalhando) aumentou 1,3%, o equivalente a 873 mil pessoas. O total de pessoas nessas condições chegou a 65,7 milhões.
“Tivemos de um lado a manutenção do emprego e, de outro lado, um contingente grande de pessoas que pararam de procurar emprego. Ou seja, tirou uma pressão muito grande sobre o mercado de trabalho”, disse Adriana Beringuy, gerente da pesquisa do IBGE. Segundo ela, isso não é o caso de desalento, não significa que essas pessoas não vão voltar a procurar emprego.
Já o número de desalentados (pessoas que desistiram de procurar emprego efetivamente) atingiu no trimestre encerrado em janeiro 4,7 milhões de pessoas.
Informalidade recorde e subutilização
Uma das marcas do primeiro ano de governo de Bolsonaro foi a informalidade recorde. No período encerrado em janeiro, o número de trabalhadores sem carteira ou vivendo de bico chegou a 40,7% da força de trabalho, o que representa 38,3 milhões de pessoas. Esse número é superior à população ocupada com carteira assinada, de 33,7 milhões.
Já as estatísticas que medem a subutilização – categoriza aqueles que gostariam de trabalhar mais dias ou mais horas – somam 26,4 milhões de pessoas.