Mais 1,2 milhão de pessoas perderam emprego no trimestre encerrado em março
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mais de 1,2 milhão de pessoas ficaram sem emprego no trimestre encerrado em março, na comparação com o último trimestre do ano passado. São 13,4 milhões de brasileiros, homens, mulheres e jovens que amargam a tragédia do desemprego, que cresceu 10,2% com Bolsonaro/Guedes.
A taxa de desemprego no país subiu de 11,6% para 12,7%, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgada nesta terça-feira (30) pelo IBGE.
As principais quedas no emprego por agrupamento de atividades, no primeiro trimestre em relação ao trimestre encerrado em dezembro de 2018, foram no setor da Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais, com menos 332 mil pessoas, seguido por Construção (-228 mil), Indústria Geral (-110 mil), Comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas (-195 mil), Serviços Domésticos (-112 mil), Outros Serviços (-93 mil).
Com a economia no fundo do poço, o setor privado demitiu 24 mil trabalhadores com carteira assinada. Entre os trabalhadores sem carteira assinada (11,1 milhões) houve queda de -3,2% em relação ao trimestre anterior: 365 mil trabalhadores foram demitidos, fruto da reforma trabalhista de Temer que precarizou as relações de trabalho.
“O mercado jogou 1,2 milhão de pessoas na desocupação e a carteira de trabalho não teve recuperação. Os trabalhadores sem carteira que tinham sido contratados como temporários para vendas, como na Black Friday e no Natal, ou que trabalharam nas eleições, saíram do emprego no início do ano. Como esses postos de trabalho pagam menos, a média de rendimentos do setor aumentou sem que houvesse um ganho real nos rendimentos dos trabalhadores”, analisa Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE.
O número de trabalhadores domésticos caiu -2,4% e chegou a 6,1 milhões de pessoas em relação ao trimestre anterior. O setor público (inclusive servidores estatutários e militares), estimado em 11,4 milhões de pessoas, apresentou queda de -2,0% frente ao trimestre anterior.
28,3 milhões no subemprego
Segundo o IBGE, a taxa de subutilização da força de trabalho foi de 25%, a maior desde 2012, atingindo o número recorde de 28,3 milhões de pessoas entre desempregados, os subocupados com menos de 40 horas semanais e os que estão disponíveis para trabalhar, mas não conseguem procurar emprego por motivos diversos. São mais de 1,5 milhão de pessoas que passaram a ser subutilizadas, uma alta de 5,6% frente ao trimestre encerrado em dezembro de 2018.
Desalento cresce
O número de pessoas desalentadas – que desistiram de procurar emprego – chegou a 4,8 milhões no primeiro trimestre deste ano, o maior contingente da série histórica: mais 3,9% (180 mil pessoas) em relação ao trimestre de outubro a dezembro de 2018, quando havia 27,5 milhões no subemprego, fazendo bico, se virando para sobreviver e cuidar dos seus familiares.
A população ocupada (91,9 milhões) caiu 0,9% (menos 873 mil de pessoas) em relação ao trimestre de outubro a dezembro de 2018.
A população fora da força de trabalho ficou em 65,3 milhões no primeiro trimestre deste contra 65,1 milhões na mesma comparação.
A força de trabalho (pessoas ocupadas e desocupadas) foi estimada em 105,3 milhões de pessoas.