Em quatro meses, saques superam os depósitos em R$ 58 bilhões
Os saques das contas da poupança no mês de abril foram maiores do que os depósitos em R$ 17.380.448,00 bilhões resultado de depósitos no valor de R$ 235.007.528,00 bilhões e retiradas no montante de R$ 252.387.976,00 bilhões.
Apesar da remuneração das contas no mês de R$ 5.398.726,00 bilhões, o saldo final de todas as contas em todo país somaram R$ 994.186.460,00 bilhões, perdendo a marca de R$ 1 trilhão que vinham trazendo desde agosto de 2020. O impacto de quatro meses de retiradas maiores do que os depósitos neste ano, no total de R$ 57.752.058,00 bilhões, resultou na própria descapitalização do saldo total das cadernetas.
A inflação descontrolada, a carestia que é a inflação dos pobres, sempre maior do que a inflação oficial, o desemprego persistentemente alto, a queda na renda, o crédito mais caro do mundo, estão impactando sobremaneira o orçamento das famílias, que sem alternativa retiraram os R$ 17, 4 bilhões em abril e desde janeiro os R$ 57,7 bilhões.
Esse quadro de dificuldades faz com que as famílias recorram as suas poupanças para pagar dívidas e para as despesas mensais. E, nem mesmo esse esforço tem contido as dificuldades para fechar o orçamento mensal e manter dívidas em dia.
No acumulado em 12 meses, as famílias de renda muito baixa, com renda domiciliar menor que R$ 1.726,01, apresentaram a maior alta inflacionária, com a taxa de 12,7%, acima da inflação oficial divulgada pelo IBGE em doze meses (12,13%), com o IPCA de abril atingindo o maior patamar para o mês em 26 anos.
O drama do desemprego levou milhares de pessoas a buscarem uma vaga na semana passada nas filas no Vale do Anhangabaú, em São Paulo, com até doze horas de espera para conseguir a senha no mutirão realizado. https://horadopovo.com.br/retrato-da-crise-multidao-de-desempregados-disputam-vaga-em-sp/
Em abril, 61,94 milhões de brasileiros não conseguiram pagar suas contas, segundo um levantamento feito pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil).
A escalada das taxas de juros, puxada pela elevação da Selic feita pelo Banco Central (BC), que desde março de 2021 subiu de 2% para 12,75% desde o início deste mês, é mais fator para as dificuldades das pessoas. Uma variação na taxa de juros básica de mais de 500% e que sinaliza todas as demais linhas de crédito, especialmente dos cartões de crédito.
O dinheiro mais caro do planeta, mas habilmente disponibilizado pelos bancos, que ao contrário dos depositantes na caderneta, Itaú, Bradesco e Santander tiveram lucros de 18,2 bilhões no primeiro trimestre do ano.
Os dados fazem parte do relatório de poupança do Banco Central.
J.AMARO