São 14,8 milhões de desempregados. Mais 489 mil pessoas passaram para a fila do desemprego. Na comparação com o mesmo trimestre do ano passado, o número de desempregados cresceu 15,2%, ou em mais 1,9 milhão de pessoas, segundo a Pnad Contínua do IBGE
No trimestre encerrado em abril de 2021, 14,8 milhões de pessoas estavam procurando emprego sem encontrar, informou a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad – Contínua) divulgada na manhã desta quarta-feira (30) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Assim, a taxa de desocupação medida pela pesquisa, usada para avaliar o índice de desemprego no país, se manteve no nível recorde da série histórica da Pnad: 14,7% da população. No trimestre móvel anterior (novembro a janeiro) a taxa era de 14,2%; já no mesmo período do ano passado, o desemprego era medido em 12,6%.
Os dados da pesquisa contrariam a propaganda do governo de a economia do país, apesar da pandemia apresenta resiliência e está em trajetória de recuperação. Tanto a taxa de desocupação, quanto o número de brasileiros desempregados é recorde histórico. Do outro lado, o contingente de pessoas ocupadas nunca esteve tão baixo.
Segundo a Pnad Contínua, o número de trabalhadores desempregados no trimestre de fevereiro a abril cresceu 3,4% em relação ao trimestre móvel anterior. Em números, isso significa que 489 mil pessoas passaram para a fila do desemprego. Na comparação com o mesmo trimestre do ano passado, o número de desempregados cresceu 15,2%, ou em mais 1,9 milhão de pessoas. Desta forma, é impossível sustentar qualquer narrativa sobre recuperação.
Os números observados pelo IBGE mostram que, à medida que a desocupação cresce, a ocupação cai. Entre fevereiro e abril deste ano, o período mais agudo da pandemia em termos de casos e mortes por Covid-19, o contingente de brasileiros ocupados era de 85,9 milhões de pessoas – uma queda de 3,7% sobre o mesmo período de 2020 (menos 3,3 milhões de pessoas).
Esse número considerado em termos de taxa de ocupação ficou em 48,5% – o que significa que menos da metade da população brasileira em idade de trabalhar, trabalha.
A Pnad Contínua apenas considera desocupado aqueles que efetivamente procuraram emprego nos dias antecedentes à pesquisa.
Quando adicionados os trabalhadores subutilizados e desalentados, o quadro do país se torna ainda mais dramático.
A taxa composta de subutilização – que inclui desempregados, subutilizados e pessoas que não procuraram trabalho por diversos motivos no período da pesquisa – alcançou 29,7% da força potencial de trabalho do país. Esta população, em números, representa 33,3 milhões de pessoas e cresceu 2,7% ante o trimestre anterior e 16% ante o mesmo trimestre de 2020.
A população fora da força de trabalho atingiu, no período, 76,4 milhões de pessoas – um acréscimo de 5,5 milhões em um ano.
A população desalentada, também a maior já identificada pela pesquisa, foi de 6 milhões de pessoas no trimestre até abril.
A taxa de informalidade foi medida em 39,8% entre a população ocupada, o que significa que 34,2 milhões de brasileiros trabalhavam em situações precárias em estabilidade e rendimentos.