País encerra o mês com 8,5 milhões de desempregados e 38,9 milhões no trabalho informal
No trimestre encerrado em julho, a taxa de desemprego no país recuou para 7,9%, um decréscimo de 0,6 ponto percentual frente ao trimestre de fevereiro a abril de 2023 (8,5%), segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada hoje (31) pelo Instituto Brasilieiro de Geografia e Estatística (IBGE). São 8,5 milhões de brasileiros na fila do desemprego.
A taxa é a menor para um trimestre encerrado em julho desde 2014, quando foi de 7,0%. Em comparação com o mesmo período de 2022, a taxa de desocupação caiu 1,2 p.p.
De acordo com a pesquisa, o número de empregados sem carteira assinada no setor privado (13,2 milhões) cresceu 4,0% em relação ao trimestre anterior (mais 503 mil pessoas) e ficou estável no ano e a taxa de informalidade segue alta em 39,1% da população ocupada no período.
Já o número de empregados com carteira de trabalho assinada no setor privado (exclusive trabalhadores domésticos) foi de 37 milhões, ficando estável frente ao trimestre anterior.
Ontem, ao divulgar os números do emprego formal em julho, apurado pelo Caged, do Ministério do Trabalho e Emprego, o ministro Luiz Marinho destacou que o “crédito, os juros altos, ainda atrapalham o encadeamento da economia brasileira”. Segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), o Brasil abriu 142.702 vagas de trabalho formal em julho – saldo que resulta das 1.883.198 admissões contra os 1.740.496 desligamentos no mês. O resultado é 36% menor que o mês de julho do ano passado.
No trimestre até julho, de acordo com a Pnad Contínua do IBGE, o total de ocupados chegou a 99,334 milhões, sendo uma alta de 1,3% em relação aos três meses encerrados em abril e, frente ao mesmo período de 2022, avanço de 0,7%.
Já a informalidade do trabalho – que considera os trabalhadores que exercem atividade em condições muitas vezes precárias, os que vivem dos chamados “bicos”, entre outras ocupações sem direitos trabalhistas – chegou a 39,1% da população ocupada, sendo 38,9 milhões de brasileiros nestas condições de trabalho. No trimestre anterior essa taxa estava em 38,9% e 39,8% frente ao mesmo trimestre de 2022.
No período, o número de trabalhadores domésticos (5,9 milhões de pessoas) avançou 3,3% contra o trimestre anterior e 0,2% no ano.
A taxa de subutilização da força de trabalho ficou em 17,8%, recuando 0,7 ponto percentual frente ao trimestre anterior (18,4%), e de 3,1 p.p. ante o trimestre encerrado em julho de 2022 (20,9%). A população subutilizada foi estimada em 20,3 milhões de pessoas, queda de 3,1% no trimestre e recuou 16,4% no ano.
É o menor contingente dessa população desde o trimestre encerrado em fevereiro de 2016. Nesse grupo estão incluídos os desempregados (8,5 milhões), as pessoas subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas (5,2 milhões) e os desalentados (3,7 milhões) – pessoas que desistiram de procurar emprego por não acreditar que há oportunidade ou por outros motivos.
De acordo com IBGE, ainda, a massa salarial real habitual atingiu o recorde da série histórica, ao chegar em R$ 286,9 bilhões, alta de 2% frente ao trimestre anterior e 6,2% na comparação anual. Já o rendimento real habitual (R$ 2.935) ficou estável no trimestre e cresceu 5,1% no ano.