São mais de 100 milhões de trabalhadores ocupados. Entre eles, 37,7 milhões com carteira assinada (+5,58%); 13,4 milhões sem carteira (+5,9%) e 39,5 milhões de trabalhadores informais (+3,1%)
A taxa de desemprego no Brasil ficou em 7,4% no quarto trimestre de 2023, o que corresponde a uma queda de 0,3 ponto percentual frente ao trimestre imediatamente anterior (julho, agosto e setembro), segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, divulgada nesta quarta-feira (31) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esse é o menor patamar desde janeiro de 2015.
Em 2023, a taxa média de desemprego no Brasil foi de 7,8%, sendo o menor nível atingido desde 2014, quando a taxa ficou em 7%, com mais de 100 milhões de brasileiros ocupados (100,7 milhões), sendo um recorde da série histórica do IBGE iniciada em 2012. O número de trabalhadores com carteira assinada também bateu recorde, com uma média de 37,7 milhões de pessoas. Uma alta de 5,8% frente a 2022.
No entanto, no ano passado cerca de 8,5 milhões de pessoas saíram de suas casas em busca de vaga de emprego, mas não encontraram.
Por outro lado, com o Banco Central (BC) mantendo o juro real em nível escorchante, travando os investimentos e o consumo, o volume de pessoas no país exercendo atividade de trabalho descalçadas de direitos trabalhistas, empregos de baixa qualidade, com jornadas de trabalho excessivas e remunerações miseráveis, seguiu em níveis elevados no ano passado.
A taxa anual de informalidade passou de 39,4% em 2022 para 39,2% em 2023, mas o número de trabalhadores informais cresceu para 39,4 milhões de pessoas. Em 2022, eram 38,2 milhões, um crescimento de 3,1% no período.
O contingente de trabalhadores sem carteira assinada no setor privado cresceu 5,9% de um ano para o outro, chegando a 13,4 milhões de pessoas – o maior pico da série histórica da pesquisa.
Por sua vez, o trabalho por conta própria totalizou 25,6 milhões em 2023, um acréscimo de 0,9% em relação ao ano anterior. Já os trabalhadores classificados como empregadores – com e sem CNPJ – cresceram 5,6% no ano, ficando em 4,3 milhões de pessoas.
O número de trabalhadores domésticos também teve um crescimento importante em 2023, de 6,1%, e com isso, ficou em 6,1 milhões de pessoas.
A subutilização da força de trabalho também continua alta no país, a taxa ficou em 18%, sendo 20,9 milhões nesta condição. A população subutilizada é composta por desempregados (8,5 milhões de pessoas), subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas (5,4 milhões de pessoas), pessoas que desistiram de procurar emprego por não acreditar que há oportunidade ou por outros motivos (3,7 milhões de pessoas), entre outras categorias.
No ano passado, ainda, o rendimento médio real habitual teve alta de 7,2%, chegando a R$ 2.979, R$ 199 a mais do que o estimado em 2022. Já o valor anual da massa de rendimento real habitual foi estimado em R$ 295,6 bilhões, uma alta de 11,7% na comparação anual.