Com cerca de 40% dos trabalhadores sem carteira ou fazendo bico, as maiores taxas de informalidade ficaram com Pará (56,9%), Maranhão (55,6%) e Piauí (54,5%)
A taxa de desemprego apurada pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad Contínua) caiu em 7 das 27 unidades da federação no terceiro trimestre do ano. A taxa geral de desocupação entre julho e setembro foi de 6,4%, conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelou em outubro.
Segundo os dados regionais divulgados nesta sexta-feira (22) pelo IBGE, a taxa de desemprego caiu em Santa Catarina (de 3,2% no segundo trimestre para 2,8% da população), Mato Grosso (de 3,3% para 2,3%), Rondônia (de 3,3% para 2,1%) – estados que têm as taxas de desocupação mais baixas do país.
Também recuou no Pernambuco e Bahia, duas das unidades da federação com as maiores taxas de desemprego do Brasil, respectivamente de 10,5% e 9,7% – muito acima da média nacional de 6,4%. No trimestre anterior, a taxa de desemprego de Pernambuco era de 11,5% e da Bahia 11,1%.
Além disso, o IBGE também registrou menor desocupação no Rio de Janeiro (de 9,6% no segundo trimestre para 8,5% no segundo), Rio Grande do Sul (de 5,9% para 5,1%).
Nas outras 20 unidades da Federação, o IBGE identificou “estabilidade” na taxa de desemprego, mas com destaque para desocupação ainda bastante acima da média nacional no Distrito Federal (8,8%) e Rio Grande do Norte (8,8%).
A PNAD Contínua considera na conta de desemprego apenas a população em idade de trabalhar que procurou emprego no período da pesquisa.
A taxa registrada no terceiro trimestre de 2024 foi a menor da série histórica, iniciada em 2012. Com os resultados, o número absoluto de desocupados teve queda de 7,2% contra o trimestre anterior, atingindo 7 milhões de pessoas. Na comparação contra o mesmo trimestre de 2023, o recuo é de 15,8%.
“Essa redução pode ser atribuída à chegada do segundo semestre do ano, período em que as indústrias iniciam o ciclo de contratações voltado à produção e formação de estoques, visando a atender ao aumento do consumo no final do ano. No último trimestre, a ocupação na indústria registrou um acréscimo de mais de 400 mil vagas”, avalia William Kratochwill, analista da pesquisa.
A taxa de informalidade, que considera os trabalhadores sem carteira do setor privado, os empregados domésticos e os que vivem por conta própria, foi de 38,8% da população ocupada. As maiores taxas ficaram com Pará (56,9%), Maranhão (55,6%) e Piauí (54,5%). Já as menores foram verificadas em Santa Catarina (26,8%), Distrito Federal (30,2%) e São Paulo (30,6%).
Por sexo, a taxa de desocupação é maior para as mulheres (7,7%) contra 5,3% para os homens.
O desemprego continua maior para os negros. A taxa de desocupação por cor ou raça ficou abaixo da média nacional para os brancos (5,0%) e acima para os pretos (7,6%) e pardos (7,3%).
No trimestre encerrado em setembro, também houve alta de 1,2% na população ocupada, estimada em 103 milhões de pessoas.