Taxa de desocupação passa de 7,9% para 8,8% no primeiro trimestre deste ano
O desemprego aumentou no primeiro trimestre deste ano, elevando a taxa de desocupação de 7,9% no quarto trimestre do ano passado para 8,8%. Foram mais 860 mil pessoas que procuraram emprego e não conseguiram colocação no período. Com isso, a população desempregada ficou em 9,4 milhões de pessoas no trimestre, informou nesta sexta-feira (28) o IBGE.
De acordo com a coordenadora de Trabalho e Rendimento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Adriana Beringuy, o aumento da taxa de desocupação no primeiro trimestre é observado em todos os anos da série da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios -.Pnad Contínua, com única exceção de 2022.
Questionada sobre os efeitos da desaceleração na economia no desemprego, Adriana declarou: “A gente sabe que o mercado de trabalho responde à dinâmica dos indicadores econômicos, principalmente os ligados à produção de bens e serviços, mas não dá para diferenciar o que é componente sazonal ou herdado por retração da atividade econômica. Não é fácil desagregar o que são efeitos sazonais ou já efeitos de uma possível desaceleração econômica”.
No primeiro trimestre, os dados econômicos mostraram quedas na produção industrial, recuo nas vendas do comércio varejista e no volume de serviços. Sob efeito das altas taxas de juros, grandes e tradicionais empresas brasileiras anunciaram, na virada do ano, fechamento de lojas, demissões e recorreram à Justiça com pedidos de recuperação ou falência.
De acordo com os dados da Pnad, no primeiro trimestre deste ano, o número de empregados sem carteira assinada no setor privado recuou 3,2% e atingiu 12,8 milhões de trabalhadores, com quedas em setores como serviços (-4,3%), administração pública (-2,4%), agricultura (-2,4%), construção (-2,9%) e comércio (-1,5%). O número de trabalhadores com carteira de trabalho assinada no setor privado foi de 36,7 milhões, ficando estável frente ao trimestre anterior. No setor público são 11,8 milhões de servidores, uma redução de 2,8% frente ao trimestre anterior.
Os que se viram por conta própria somam 25,2 milhões de pessoas e os trabalhadores domésticos são 5,7 milhões de pessoas.
O rendimento real habitual (R$ 2.880) e a massa de rendimento real habitual (R$ 277,2 bilhões) ficaram estáveis frente ao trimestre anterior.
As dificuldades dos trabalhadores em garantirem o seu sustento e, em grande número de casos, da sua família, continuam sendo enormes.
A renda está cada mais concentrada na pequena parte da população que vive de renda. Não daquela com origem nos investimentos na produção industrial, no comércio ou no setor de serviços não financeiros, que resultam do giro da economia, mas aquela que vem dos juros, na atual situação predatórios.
A grita de todos, que os ouvidos de Campos Neto, presidente do Banco Central (BC), insiste em ignorar, está paralisando as empresas, os negócios e em cascata a situação dos empregos.
Um país que precisa reverter a estagnação da economia de quase dez anos, que precisa ter taxas de juros civilizadas, para incentivar as empresas e a economia, viver preso a justificativas, pretensamente técnicas do BC, não convencem, quanto mais aqueles que têm que pagar aluguel, água e luz, supermercado, roupa, calçados, farmácia, para ficar no básico do básico, com uma renda de miséria.