
No trimestre encerrado em fevereiro, são 7,5 milhões de desempregados
A taxa de desemprego subiu para 6,8% no trimestre móvel encerrado em fevereiro de 2025, segundo divulgou, nesta sexta-feira (28), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Um crescimento de 10,4% (ou mais 701 mil pessoas) em relação ao trimestre encerrado em novembro de 2024, quando a taxa de desocupação estava em 6,1%.
São 7,5 milhões de pessoas desempregadas, segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) do IBGE.
O resultado acompanha o período de desaceleração verificado na economia, com quedas na produção industrial, nas vendas do comércio e no volume de serviços. Esfriamento da economia imposta pelas altas taxas de juros do Banco Central – que freiam os investimentos, o consumo das famílias e a geração de emprego – a pretexto de combater uma inflação impactada pelos preços dolarizados nos alimentos e na energia.
Para Adriana Beringuy, coordenadora de pesquisas, “esta alta segue o padrão sazonal da PNAD contínua com a tendencia de expansão da busca por trabalho nos meses do primeiro trimestre de cada ano”.
Apesar da sazonalidade, não houve geração de emprego em nenhuma atividade frente ao trimestre anterior. Três das atividades pesquisadas registraram reduções no período: Construção (-4,0%, ou menos 310 mil pessoas), Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (-2,5%, ou menos 468 mil pessoas) e Serviços domésticos (-4,8%, ou menos 290 mil pessoas).
De acordo com o IBGE, o número de trabalhadores com carteira de trabalho no setor privado chegou a 39,6 milhões, novo recorde da série histórica iniciada em 2012. Houve alta nas duas comparações da pesquisa: 1,1% (ou mais 421 mil pessoas com carteira assinada) no trimestre e 4,1% (ou mais 1,6 milhão de trabalhadores) no ano.
Para Adriana Beringuy, “a expansão do emprego com carteira está relacionada com a manutenção das contratações no comércio”.
Já o número de empregados sem carteira no setor privado (13,5 milhões) caiu 6,0% no trimestre. No setor público, o número de empregados recuou 3,9%, totalizando 12,4 milhões de pessoas.
Os que trabalham por conta própria cresceu 1,7% no ano, com 25,9 milhões de brasileiros se virando como podem, muitos deles vivendo de “bico”.
Na informalidade, sem carteira e sem direitos trabalhistas, estão 39,1 milhões de brasileiros.
RENDIMENTO MÉDIO REAL
O rendimento médio real habitual dos trabalhadores chegou a R$ 3.378 no trimestre móvel encerrado em fevereiro de 2024, com a alta de 1,3% no trimestre e de 3,6% no ano, já descontados os efeitos da inflação nesses períodos. Esse valor foi o mais elevado da série da PNAD Contínua, iniciada em 2012.
O aumento na comparação trimestral foi puxado pelas altas no rendimento nos grupamentos da Indústria (2,8%, ou mais R$ 89) Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (3,1%, ou mais R$ 139) e Serviços domésticos (2,3%, ou mais R$ 29).
Adriana Beringuy ressalta que “a alta do rendimento no trimestre está relacionada à redução do contingente de trabalhadores informais em certos seguimentos das atividades econômicas, crescendo, portanto, a proporção de ocupações formais com maiores rendimentos”.
A massa de rendimento real habitual (R$ 342,0 bilhões) foi novo recorde da série histórica, mantendo estabilidade no trimestre e crescendo 6,2% (mais R$ 20,0 bilhões) no ano.