São 8,6 milhões de brasileiros em busca de emprego. População ocupada cai
A taxa de desemprego subiu e chegou 7,9% no trimestre encerrado em março de 2024, em comparação com o trimestre terminado em dezembro (7,4%) do ano passado, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, divulgada nesta terça-feira (30) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
No trimestre, o número de desempregados no país cresceu 6,7% contra o trimestre imediatamente anterior. Em números absolutos, são 8,6 milhões de brasileiros em busca de vagas de emprego no país, sem encontrar.
Na comparação anual, a taxa de desemprego cedeu 0,9 ponto percentual (p.p.) frente ao mesmo trimestre de 2023 (8,8%). A população desempregada também caiu, menos 808 mil pessoas desempregadas de um ano para o outro.
Assim, o mercado de trabalho brasileiro segue oscilando em pequenas variações de quedas e altas, não conseguindo deslanchar no Brasil por conta de uma economia amarrada pelos juros altos do Banco Central (BC) e pelo baixo investimento público, que segue sendo sequestrado para cumprimento de regra e metas fiscais – que só engordam os bolsos dos banqueiros.
Para Adriana Beringuy, coordenadora de Pesquisas Domiciliares do IBGE, “o aumento da taxa de desocupação foi ocasionado pela redução na ocupação. Esse panorama caracteriza um movimento sazonal da força de trabalho no primeiro trimestre de cada ano, com perdas na ocupação em relação ao trimestre anterior”.
No país, a taxa composta de subutilização também avançou e chegou a 17,9% no trimestre encerrado em março de 2024. No trimestre móvel anterior, a taxa estava em 17,3%.
Ao todo, no país, 20,7 milhões de pessoas estão na chamada subutilização da força de trabalho, uma alta de 3,9% no trimestre (mais 770 mil pessoas), mas um recuo de 4,0% (ou menos 870 mil pessoas) no ano.
A população subutilizada é composta por desempregados (8,6 milhões de pessoas), subocupados por insuficiência de horas trabalhadas (5,2 milhões), pessoas que desistiram de procurar emprego por não acreditar que há oportunidade ou por outros motivos (3,6 milhões), entre outras categorias.
Já o número de trabalhadores com carteira de trabalho no setor privado (excluindo trabalhadores domésticos) ficou em 37,984 milhões de pessoas, o que é considerado pelo IBGE como estável no trimestre e avanço de 3,5% (mais 1,3 milhão) no ano.
Por outro lado, o número de trabalhadores sem carteira assinada no setor privado ficou em 13,4 milhões, estável ante ao trimestre imediatamente anterior e acréscimo de 4,5% (mais 581 mil pessoas) no ano. Por outra via, o trabalho por conta própria, precarizado, atinge 25,4 milhões de pessoas no país.
No trimestre, a taxa de informalidade ficou em 38,9% da população ocupada (100,2 milhões de pessoas). Ao todo, são 38,9 milhões de brasileiros no país na informalidade do trabalho, sendo a grande maioria se virando como pode, descalços de direitos trabalhistas, exercendo atividades de trabalho de baixa qualidade e de baixa remuneração.
De acordo com o IBGE, ainda, o rendimento real habitual de todos os trabalhos ficou em R$ 3.123, alta de 1,5% no trimestre e 4,0% no ano. Já a massa de rendimento real habitual foi estimada em R$ 308,3 bilhões, sendo mais um novo recorde da série histórica da pesquisa iniciada em 2012, representando uma alta de 6,6% (mais R$ 19,2 bilhões) na comparação anual.