“Se a intenção é convidar o presidente, o ministro da Defesa pode ir até a pé fazer isso, não precisa mobilização de aparato militar onde estão localizados os Três Poderes”, criticou o militar
O general Santos Cruz, ex-ministro-chefe da Secretaria de Governo da Presidência, criticou, nesta terça-feira (10), em entrevista ao colunista Chico Alves, do portal UOL, o desfile de tanques e blindados, ocorrido neste mesmo dia na Praça dos Três Poderes. Ele considerou a atitude “completamente descabida”.
“Esse é um exercício de rotina. Se a intenção é convidar o presidente, o ministro da Defesa pode ir até a pé fazer isso, não precisa mobilização de aparato militar onde estão localizados os Três Poderes”, criticou Santos Cruz. “Tudo isso para levar um convite? É uma infantilidade, absolutamente desnecessária, ainda mais no contexto atual”, destacou o general.
O pretexto para a decisão, tomada no Palácio do Planalto na sexta-feira (6), de desviar o comboio da Marinha que se dirige à cidade de Formosa, no interior de Goiás, para o exercício militar “Operação Formosa”, foi a entrega do convite a Bolsonaro para participar da abertura dos trabalhos. A ideia de realizar o desfile coincidiu com a votação pelo plenário da Câmara dos Deputados do projeto de emenda constitucional (PEC) do voto impresso, defendida pelo governo.
“Não é possível acreditar em tanta ingenuidade e incompetência de avaliação do Ministério da Defesa. Isso é um desrespeito ao Congresso, um desrespeito ao Brasil”, disse o general Santos Cruz. “Essa imagem vai ser um vexame nacional e internacional”.