Desigualdade social e impunidade agravam a violência no país, afirma João Goulart

“Eliminar a corrupção na polícia é condição para que haja um combate efetivo ao crime organizado".

O ex-deputado João Goulart Filho, pré-candidato a presidente pelo Partido Pátria Livre, comentou o agravamento da violência no Brasil, revelado pelo relatório “Atlas da Violência”, divulgado nesta terça-feira (05). O Brasil atingiu o índice de 30,3 mortes por 100 mil habitantes em 2016. “Esse número – que é trinta vezes maior do que os índices da Europa – é fruto da desigualdade social provocada pelas políticas neoliberais”, denunciou Goulart. “Para enfrentarmos efetivamente o problema, a primeira coisa que temos que fazer é criar empregos e melhorar os salários”, destacou o filho de Jango.

Em sua opinião, “as políticas de ‘ajustes fiscais’, implantadas nas últimas décadas, só têm feito piorar a situação da violência no país”. “A ideia fixa do Estado mínimo é a senha para que a população e as comunidades sejam abandonadas à sua própria sorte e se tornem presas fáceis do crime organizado. Sem a presença do Estado, ou seja, sem educação, sem cultura, sem saúde, sem lazer e com uma segurança pública sucateada, quem domina as periferias das grandes cidades são os traficantes”. “Ao contrário, o Estado não tem que ser mínimo, ele tem que ser máximo. Máximo para o povo e mínimo para o setor parasitário que hoje é quem mais se beneficia dos recursos públicos”, acrescentou.

“Outra medida fundamental para controlar a explosão da violência é colocar um fim na cultura da impunidade”, disse João Goulart. “Não podemos permitir que o crime organizado, e seus derivados, como as milícias, continuem a agir impunemente. É necessário um combate sem tréguas a esses criminosos”, salientou. “Para isso”, prosseguiu o pré-candidato, “é imprescindível que não haja corrupção dentro da polícia”. “Eliminar a corrupção na polícia é condição para que haja um combate efetivo ao crime organizado. Almejar esse objetivo é incompatível com políticas que tratem a polícia como uma profissão de segunda categoria. Não podemos admitir que os policiais sejam  subempregados. Temos que valorizá-los. Não apenas com salários melhores, mas também com melhores condições de trabalho, com investimentos em mais tecnologia, etc”, defendeu o pré-candidato.

“A crise da violência, que provocou a morte de 62,5 mil pessoas em 2016, metade delas formada por jovens, não pode perdurar mais. Além de enfrentar de frente a questão da desigualdade social aqui dentro, temos que reforçar a defesa de nossas fronteiras para barrar a entrada de drogas e armas no país. Para isso é necessário ampliar vigorosamente os investimentos nas FFAA e na Polícia Federal”, observou João Goulart.

“Será necessário também fazermos a reforma urbana para solucionarmos de vez o problema da legalização da propriedade nas cidades. Com essa medida, as famílias conquistam cidadania, passam a ter a propriedade de seus terrenos e suas casas. Podem abrir um pequeno negócio e, com isso, gerar renda para sua sobrevivência. Não é possível, por fim, continuar tratando os dependentes e usuários de drogas como criminosos, como se tem feito até agora. Isso não resolve. Eles têm que ser tratados como doentes, que precisam de ajuda do Estado”, completou.

Compartilhe

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *