Enquanto quadrilha de Pezão e Cabral quebra o Rio, traficantes disputam o controle da Rocinha
Enquanto a quadrilha liderada pelo PMDB sangrou os recursos do rio em propina, superfaturamentos, lavagem de dinheiro, para enriquecimento de seus integrantes e empreiteiras como a Odebrecht e Andrade Gutierrez, o povo da Rocinha, a maior favela no Brasil com mais de 70 mil habitantes, tem uma enorme quantidade de cartuchos de balas espalhadas pelas ruas, alguns pontos incendiados e paredes cheias de buracos de tiros.
Desde domingo (17), está deflagrada uma guerra na comunidade entre criminosos da mesma facção, Amigos dos Amigos (ADA). O bandido Antônio Bonfim, o Nem, preso em Rondônia, controlava o tráfico na favela, e seu comparsa Rogério Avelino, o Rogário 157 era o seu representante lá dentro. Por desavenças Rogério 157 desfez a aliança com Nem, que por sua vez mandou invadir a comunidade para retomada do controle do tráfico no local.
Cerca de 500 casas permaneciam com o fornecimento de energia elétrica suspenso até esta quarta. A rede elétrica foi danificada durante os intensos tiroteios de domingo. A Secretaria Municipal de Educação informou que 5.905 alunos estão sem aulas em escolas e creches na Rocinha, Vila Canoas, Vidigal, Serrinha e Juramento.
As unidades de saúde tiveram de ser esvaziadas às pressas. Pacientes foram removidos para UPAs e hospitais de outros bairros em meio ao fogo cruzado.
A ausência do Estado na favela é tão grande que bandidos estão até revistando moradores da Rocinha em busca de mensagens de celular que possam revelar quem delata o tráfico. Fontes da polícia confirmaram que algumas pessoas já foram expulsas da favela desde que o traficante Rogério 157 assumiu o controle.
O governo do Estado do Rio de Janeiro abandonou a população e a deixou refém do tráfico de drogas, com índices de violência como ao de guerras. Mais de 113 mil servidores estão com salários atrasados, incluindo policiais, as verbas para colocar a segurança pública na rua foram drasticamente cortadas. Enquanto isso, o governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) é investigado por receber R$ 130 milhões em propina, e o ex-governador Sergio Cabral até condenado já foi.
Nesta quarta (20), o governador disse que sabia da invasão do tráfico no fim de semana, mas que ele próprio vetou qualquer ação da polícia para evitar que inocentes fossem mortos. Segundo ele, a comunidade tem um movimento maior de pessoas circulando no sábado. Pezão citou também a ida e vinda do público para o Rock in Rio.