Para o ministro de Relações Exteriores da China, Wang Yi, a deterioração das relações entre Pequim e Washington é conseqüência de erros estratégicos cometidos pelos Estados Unidos. E advertiu que a pressão do governo norte-americano no ataque ao seu país só conseguirá “provocar uma resposta mais decisiva do povo chinês”.
“Infelizmente, frequentemente vemos e ouvimos altos funcionários do governo dos EUA atacando e acusando a China sem nenhuma evidência real. O motivo pelo qual isso está acontecendo tem sua origem em uma série de erros de cálculo estratégicos de alguns políticos dos EUA em questões relacionadas com a China “, disse Wang.
Em particular, Washington “ignora amplos interesses comuns e um enorme espaço para cooperação entre a China e os Estados Unidos”, e considera Pequim como um “principal concorrente” ou um país que “representa uma ameaça”, o que leva a “usar praticamente todos os recursos para reprimir” o país asiático, afirmou o ministro.
“É um equívoco. A China não foi e não será uma ameaça aos EUA no passado ou no futuro”, afirmou.
Wang Yi enfatizou que a China sempre buscou uma política externa independente de paz, está disposta a desenvolver uma cooperação amigável com todos os países com base nos Princípios de Coexistência Pacífica e a desempenhar um papel construtivo na causa da paz e do desenvolvimento mundial. “A China não tem intenção de competir pela hegemonia, nunca interfere nos assuntos internos de outros países, não pretende exportar sistemas e modelos”, expressou.
O chanceler indicou ainda que as tentativas dos EUA de “desacreditar o Partido Comunista da China devido a preconceitos ideológicos” equivalem “a atacar a 1,4 bilhão de chineses” e estão “condenadas ao fracasso”.
“Esperamos que os EUA possam trabalhar com a China para reconstruir um quadro estratégico para o desenvolvimento estável e sólido das relações bilaterais, com o respeito mútuo como premissa, diálogo e consultas aprimorados como abordagem, uma integração mais profunda de interesses como força motriz e a base sólida da opinião pública como apoio “, sublinhou Wang.
Wang Yi ressaltou que 2020 pode ser o ano em que a ordem internacional e as relações internacionais sofreram mais danos. E afirmou que diante dos riscos e desafios sem precedentes, o que a China e os Estados Unidos devem fazer é estabelecer um entendimento correto um acerca do outro, estar em acordo com a tendência de desenvolvimento da época, ouvir a voz da comunidade internacional, assumir as responsabilidades de países importantes e trabalhar com outros países para superar o momento de dificuldades, enfrentar desafios e buscar o desenvolvimento comum.