Os avós brasileiros de Nico Brann (8), filho do norte-americano Christopher Scott Brann e da brasileira Marcelle Guimarães, foram presos sob a acusação de que os avós ajudaram a mãe a trazer a criança de forma ilegal dos EUA ao Brasil. A prisão ocorreu no Aeroporto de Miami, na manhã de quarta, quando Carlos Otávio Guimarães e Jemima Guimarães chegaram num voo vindo do Brasil.
Para o advogado de Marcelle, Rui Fragoso, é uma “situação absurda. Os avós, que nada têm a ver com o caso, são detidos nos EUA. É uma afronta à soberania brasileira”. Para a defesa da família, a prisão não faz sentido, já que “o próprio pai da criança retirou os avós do processo aqui no Brasil”.
“Há que se ressaltar”, continua Fragoso, “que essa questão já foi decidida na justiça brasileira em duas instâncias. E a guarda, em razão das peculiaridades do caso, dos gravíssimos fatos apurados aqui na justiça brasileira, a guarda foi entregue à mãe. Com a criança devendo permanecer no Brasil”.
Marcelle e Christopher se casaram no Texas em 2008, tiveram Nico um anos depois, e se separaram em 2012. A partir de então, ambos compartilhavam a guarda do garoto nos EUA. Porém, em 2013, a criança foi trazida pela mãe ao Brasil, com a autorização do pai, para um casamento de um tio do garoto e, nem ela, nem a mãe retornaram aos EUA.
O pai do garoto comemorou a prisão e disse que se o filho retornar as acusações por sequestro e conspiração contra os avós serão retiradas. “Sinto muito que tenhamos chegado a isso. Tudo o que sempre quis, e tudo o que ainda quero, é que meu filho Nico tenha acesso igual a ambos os pais. Se Nico for imediatamente devolvido a Houston [cidade onde o pai reside], estou preparado para pedir que a promotoria dos EUA sejam lenientes com os casos de Carlos e Jemima”.