Depois de se beneficiar de bilhões dos cofres públicos ilicitamente, a JBS se aproveita agora do Programa de Parcelamento Fiscal (Refis), redigido e aprovado por Temer e pelo Congresso, para dar o calote em R$ 1,1 bilhão em impostos devidos.
A empresa anunciou na terça-feira (07) a adesão ao programa para negociar cerca de R$ 4,2 bilhões devidos em INSS, PIS, Cofins, Imposto de Renda e Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL). Para algumas delas, a empresa de Joesley Batista terá um prazo de 145 meses para pagar. A maior parte da dívida da empresa que se tornou símbolo de corrupção e foi pega em conluio com Temer nos porões do Palácio do Jaburu é com a Seguridade Social. A JBS lidera a lista dos maiores devedores da Previdência, e deve ao todo R$ 2,39 bilhões à União em receita previdenciária.
Com a adesão ao Refis, a companhia da qual o ministro da Fazenda Henrique Meirelles foi presidente do Conselho de 2012 a 2016 e recebeu R$ 180 milhões “para não fazer nada”, conseguiu anistia total dos encargos legais, de 80% dos juros e de 50% das multas que incidem sobre as dívidas.
Enquanto o povo é onerado com uma carga tributária altíssima e ameaçado pelo governo com uma brutal reforma da previdência, a pretexto de que a Previdência é deficitária, milionários, latifundiários e deputados sonegadores e corruptos são beneficiados com perdões de dívidas, anistias de multas e condições bondosas de parcelamentos de débitos.
Distribuindo propina a presidentes, senadores, deputados e bancando eleições, a JBS recebeu ao menos R$ 5,64 bilhões dos cofres públicos vindo do BNDES e de contratos escusos. Ainda assim, continua sendo beneficiada.