O secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, disse que é necessário realizar nova eleição em Honduras por ser impossível determinar o vencedor em decorrência das inúmeras irregularidades observadas durante o processo. “O único caminho possível para que o vencedor seja o povo de Honduras é a realização de uma nova eleição geral, dentro dos marcos do mais estrito respeito ao Estado de Direito, com as garantias de um Tribunal Supremo Eleitoral que goze de capacidade técnica e de confiança popular e dos partidos políticos”, afirmou Almagro em comunicado da OEA.
A OEA se pronunciou um dia após o TSE hondurenho proclamar, dia 17, a vitória do atual presidente, Juan Orlando Hernández (JOH), com 42,95% dos votos, contra 41,24% de Salvador Nasralla, candidato da Aliança de Oposição contra a Ditadura. A decisão do TSE foi rejeitada pela chapa de Nasralla, que convocou “mobilização imediata”. As eleições gerais ocorreram dia 26 de novembro.
“Entre os fatos que tornam o resultado do processo incerto estão a ingerência humana deliberada contra o sistema eleitoral informatizado, eliminação intencional dos rastros digitais, impossibilidade de conhecer o número de vezes em que o sistema foi invadido, urnas violadas ou sem atas, improbabilidade estatística extrema em relação aos níveis de participação, cédulas em estado de impressão recente, tudo isso somado à estreita diferença de votos entre os dois candidatos”, afirmou o documento da OEA.
O ex-presidente Manuel Zelaya também condenou a postura: “O TSE hondurenho impôs uma fraude a favor de JOH. Não reconhecemos nenhum ato do TSE após este incorrer na constituição de uma organização criminosa a serviço da fraude eleitoral organizada pelo governo de JOH”.
“Nas ruas o povo diz que Juan não é nosso presidente. É um dos momentos mais importantes da nossa história e a solução para esta tragédia nacional está nas mãos do povo hondurenho”, completou Zelaya.