
“O Brasil não pode ficar dependente de país nenhum”, afirmou o ministro da Casa Civil do governo Lula. “Muitos produtos terão seus preços reduzidos no mercado interno”, acrescentou
O ministro da Casa Civil, Rui Costa, afirmou nesta quarta-feira (6) que o governo brasileiro intensificou a busca por novos destinos para produtos atingidos pelo tarifaço de Trump e destacou que poderá haver um impacto na redução dos preços no mercado interno. Ele fez essas afirmações no dia em que entrou vigor a sobretaxa de 50% imposta ao país para entrada de produtos brasileiros nos EUA.
Durante entrevista à rádio Princesa FM, de Feira de Santana (BA), o chefe da Casa Civil afirmou que conversou com representantes da China e da Índia para acelerar acordos, reduzir burocracias e incentivar negócios entre empresários. “Estamos intensificando essa diversificação de investimentos, buscando comprar e vender produtos e trazer investidores de países diferentes para que, primeiro, o Brasil possa receber muitos investimentos, segundo, investimentos de nacionalidades diferentes para não ficar dependente de país nenhum”, afirmou.
Ainda segundo o ministro, o impacto do tarifaço não pode ser considerado “devastador” porque nas últimas décadas o Brasil reduziu a parcela de suas exportações destinadas aos EUA. “O impacto é importante, mas ele não é devastador para economia nacional. Quinze, 20 anos atrás, o Brasil exportava mais de 25% para os EUA. Se fosse naquela época, o estrago seria gigantesco, mas hoje o Brasil exporta apenas 12% e muitos produtos exportados para lá são facilmente realocados para outros países, por exemplo, carne”, afirmou.
Sobre os reflexos no mercado interno, o auxiliar de Lula reforçou que o tarifaço poderá aumentar a oferta de produtos no mercado interno. Ele afirmou que isso já ocorreu e contribuiu para redução do preço do café e da carne.
“[O tarifaço] pode e já está reduzindo. O preço da carne no Brasil inteiro está caindo porque, mesmo sendo uma parcela menor de toda a produção da carne que vai para os EUA, essa parcela uma boa parte dela ficará aqui no mercado interno, o que ajuda a reduzir preço até que eventualmente o exportador consiga outro país para poder exportar. Já estamos vivendo, graças a Deus, uma queda do preço. Assim como o café e outros produtos terão queda de preço. Isso é bom para população”, disse.