“Nos bastidores estão tramando retaliações contra os governos estaduais, em face das medidas sanitárias adotadas pelos Estados e também por conta de antipatias pessoais”, denunciou o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB).
“São irresponsáveis. Não pensam na saúde, na segurança, nas penitenciárias”, completou.
Jair Bolsonaro tem defendido a “volta à normalidade”, como se não houvesse coronavírus ou as mais de 1,2 mil mortes causadas pelo Covid-19.
“Vai morrer gente, mas, paciência, é assim mesmo”, chegou a dizer.
Enquanto isso, os governadores de todo o país não têm medido esforços para fazer a quarentena para conter a propagação do vírus.
Em discurso feito em rede nacional no fim de março, Bolsonaro disse que as “autoridades estaduais e municipais devem abandonar o conceito de terra arrasada, como proibição de transporte, fechamento de comércio e confinamento em massa”.
Para ele, o certo seria fazer um “isolamento vertical”, no qual apenas os que pertencem a grupos de riscos ficam de quarentena, o que não é defendido por nenhuma entidade médica.
Os estudos do Grupo de Trabalho (GT) de Covid-19 da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), divulgado na quinta-feira (9), concluem que a “ideia” de Bolsonaro daria na mesma que não fazer isolamento nenhum.
“O cenário de isolamento vertical é apenas marginalmente melhor do que o cenário em que não há nenhum isolamento, e muito pior do que o cenário de isolamento horizontal, que abrange toda a população”, afirmou o professor Luiz Henrique Duczmal, do Departamento de Estatística.