Dino manda CGU ampliar auditoria de ONGs suspeitas de desvios em emendas

Ministro do STF, Flávio Dino (Foto: Antonio Augusto - STF)

Ministro se baseou em reportagem que mostra que parlamentares enviaram quase R$ 500 milhões em verba federal a rede de entidades não governamentais

O ministro Flávio Dino, do STF (Supremo Tribunal Federal), mandou a CGU (Controladoria-Geral da União) ampliar a auditoria para incluir ONGs (Organizações Não Governamentais) suspeitas de desvios de recursos originários de emendas parlamentares.

O ministro se baseou em reportagem que mostra que parlamentares haviam enviado quase R$ 500 milhões em verba federal a uma rede de Organizações Não Governamentais, que tocaram projetos com fortes indícios de desvios desses recursos públicos.

Na semana passada, o ministro acolheu as explicações da Câmara dos Deputados de que não há “suporte institucional” da Casa a possível acordo sobre a divisão de emendas de comissão.

PL QUER FAZER “PASSA MOLEQUE”

A resposta ocorreu após declaração do líder do PL, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), que citou o rompimento do acordo como alternativa extrema da sigla caso a proposta de anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023 não fosse pautada para votação.

Em abril, Dino determinou o bloqueio da execução das emendas parlamentares da saúde relativas a 1.283 contas não regularizadas.

O desbloqueio fica condicionado a pedido específico do Ministério da Saúde.

O ministro também mandou a AGU (Advocacia-Geral da União) prestar novas informações a respeito da existência de cronograma para a conclusão das análises dos Planos de Trabalho pelo Ministério do Turismo, considerando-se que os indicadores em questão estão aquém do imprescindível.

DECISÃO E ORIENTAÇÃO DO MINISTRO

Na decisão, Dino orienta que a auditoria, com entrega prevista até 31 de outubro de 2025, passe a incluir também as organizações suspeitas de desvios de recursos originários de emendas parlamentares.

“Amplie o escopo da auditoria […] a incluir as ONG que supostamente servem para a ocultação de integrantes de ONG suspeitas de desvios de recursos oriundos de emendas parlamentares”, escreveu o ministro na decisão.

DINO E AS EMENDAS

Desde o fim do ano passado, o ministro Flávio Dino encabeça, no STF, a discussão sobre a necessidade de transparência nas emendas parlamentares, especialmente os repasses que podem ser feitos por meio de PIX — as chamadas “emendas PIX”.

Atualmente, é válido o acordo elaborado pelo governo federal com o Congresso, e homologado pelo Supremo, para liberar as emendas parlamentares desde que essas sigam regras de transparência, especialmente a de destinação da verba, e rastreabilidade.

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