A gasolina ficou mais cara a partir desta quarta-feira (25) nas refinarias da Petrobrás. Segundo divulgou a direção da estatal, o aumento será de 7,46% no preço do combustível às distribuidoras. Um aumento de R$ 3,08 para R$ 3,31 o litro.
Em nota, a direção da Petrobrás afirmou que “esse aumento acompanha a evolução dos preços de referência e é coerente com a prática de preços da Petrobrás, que busca o equilíbrio dos seus preços com o mercado”.
A decisão pelo aumento ocorreu na véspera da reunião do Conselho de Administração da companhia sobre a indicação do senador Jean Paul Prates (PT-RN) à presidência da estatal por indicação do presidente Lula.
A direção da estatal está sendo comandada de forma interina por João Henrique Rittershaussen, que assumiu após a renúncia este mês de Caio Paes de Andrade, indicado à presidência da Petrobrás em junho de 2022 por Jair Bolsonaro.
Durante a campanha, o presidente Lula criticou a política de preços da Petrobrás. “Essa história de PPI é para agradar os acionistas, em detrimento dos 230 milhões de brasileiros”, afirmou, em entrevista ao UOL. “A gente pode reduzir o preço, sim, o presidente [Bolsonaro] não teve coragem”, completou. A União é a maior acionista da Petrobrás.
Diante do novo aumento, a Federação Única dos Petroleiros (FUP) responsabilizou o governo de Jair Bolsonaro. “O fato é que, assim como a gestão bolsonarista da empresa continua com as negociações para privatização de mais ativos da companhia, com a distribuição abusiva de mega dividendos para acionistas, também continua definindo os preços dos combustíveis no Brasil. O mercado e a Abicom (Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis) diziam que a defasagem da gasolina era de 14% e do diesel 9%. Agora que passaram as eleições, estão buscando tirar essa defasagem, devido à pressão dos acionistas minoritários, e colocar a culpa no novo governo, que ainda não conseguiu assumir a gestão da Petrobrás como acionista majoritário e controlador que é”, manifestou a entidade em nota.
A estatal fornece cerca de 80% da gasolina usada por carros no Brasil. Porém, desde 2016, o preço da gasolina – assim como de outros combustíveis produzidos pela companhia – está atrelado ao dólar, a cotação do barril do petróleo no mercado internacional, mais o custo dos importadores, prática essa chamada de Paridade de Preços de Importação (PPI). E, por consequência desta política de preços, os brasileiros estão pagando muito caro pelos combustíveis, já que as oscilações de altas dos preços dos derivados de petróleo no mercado internacional perduram por mais tempo que as reduções – pequenos cortes, que não fazem frente aos expressivos aumentos.
Outra consequência desta maléfica política é a promoção dos avanços dos indicadores de inflação, já que os combustíveis têm uma influência direta na cesta de produtos tanto da produção agrícola como da indústria, o que encarece os produtos, principalmente os de alimentação para as famílias brasileiras.