
Cúpula nacional do PSDB (Partido da Social Democracia Brasileira) autorizou, na última terça-feira (29), o avanço da fusão com o Podemos, em votação por unanimidade.
Convenção Nacional foi convocada pelos mesmos dirigentes para confirmar a fusão, em 5 de junho.
Essa fusão deve ser aprovada também no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e vai criar novo partido, que por ora se chama PSDB+Podemos.
Na convenção, programada para dia 5 de junho, podem votar os membros do conselho nacional, tucanos do Congresso Nacional e delegados estaduais.
FORMALIDADES
De acordo com informações, o Podemos também tem expectativas para convocação nacional também para junho. Após ambas as agremiações aprovarem esta fusão, individualizadamente, é encaminhado registro do novo partido para o TSE.
O nome do partido ainda deve ser escolhido em definitivo por dirigentes do atual PSDB e Podemos, juntamente com a marca, número, mascote, estatuto e programa partidário da nova legenda.
PSDB EM NÚMEROS
O partido dos tucanos encolheu muito no Congresso. Lembrem-se: o PSDB era o partido que antagonizava com o PT, a partir da sua fundação, em 25 de junho de 1988. Se autoproclamava de “centro”. Nasceu de racha do velho PMDB — hoje MDB — que mesclava a social-democracia e o liberalismo econômico e social. Tendo aderido, depois, ao neoliberalismo.
Elegeu em 2022, 13 deputados. Em federação com Cidadania, foram 18. Em 2018, foram 28, perdeu 19 cadeiras na Câmara entre 2018 e 2022.
No Senado, em 2022, perdeu 2 cadeiras e não ganhou nenhuma. Agora está com 3 cadeiras: 1 que ganhou em 2018 e 2 migrações antes da eleição da Mesa Diretora da Casa. Em 2018, a legenda tinha 4 senadores.
Em 2022, elegeu 3 governadores: Eduardo Riedel (MS), Raquel Lyra (PE) e Eduardo Leite (RS). O primeiro é bolsonarista. Lyra migrou para o PSD e Leite tem o mesmo endereço.
Como se vê, pelos números, o PSDB virou partido pequeno.
PODEMOS EM NÚMEROS
O Podemos (Pode), originalmente chamado PTN (Partido Trabalhista Nacional), é tido como de centro-direita. A legenda tem sido comandada pela família Abreu (Dorival de Abreu, José Masci de Abreu e Renata Abreu) desde a fundação, em 25 de maio de 1995.
O PTN elegeu apenas 2 deputados em 2018. Em 2022, já sob o Podemos, elegeu 12.
Em 2018, o Podemos elegeu apenas 1 senador: o professor Oriovisto Guimarães (PR), que migrou para o PSDB em 2025. Se se mantiver na agremiação retornará ao Podemos por atração. Em 2022, não ganhou nenhuma cadeira.
CRITÉRIO
A opção pelo Podemos teve basicamente 2 critérios: partido sem “simpatias” pelo PT e mais ou menos do mesmo tamanho.
Antes de se decidir pelo Podemos flertou com MDB e PSD. Pela grandeza de ambas as siglas e a relação com o governo federal, desistiu. Primeiro, porque seria “engolido” por qualquer das 2. E ainda porque ambas compõem a base do governo no Congresso.
O PSDB de grande partido, que desde a fundação tornou-se relevante, mingou após a campanha pelo impedimento da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), que desaguou na eleição de Jair Bolsonaro (PL), em 2018, então pelo PSL.
O partido tucano tem na presidência o ex-governador de Goiás, Marconi Perillo.
Em fevereiro, Perillo foi alvo de uma operação de busca e apreensão da Polícia Federal em sua casa. A Operação Panaceia aconteceu em conjunto com a Controladoria Geral da União (CGU) para apurar o desvio de dinheiro público da área da saúde durante os anos de 2012 a 2018.
Outra figura proeminente do partido é o deputado federal Aécio Neves (MG). O parlamentar também foi acusado de receber propina da empreiteira OAS. O ex-presidente da OAS, José Adelmário Pinheiro Filho, conhecido como Léo Pinheiro, afirmou que houve o pagamento de propina, entre 2010 e 2012, para Aécio Neves para impulsionar contratos da empresa em obras em Minas Gerais.
Mas Aécio foi salvo pela Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal que arquivou o inquérito em fevereiro do ano passado. Os ministros da Segunda Turma, André Mendonça, Nunes Marques e Dias Toffoli, acompanharam o voto de Gilmar Mendes, que alegou que não havia indícios de corrupção. Apenas o ministro Edson Fachin votou para continuar o processo.