Parlamentar chegou a anunciar, na quinta (21), que estava se unindo aos tucanos, mas a operação não foi avalizada pela cúpula do partido
A direção nacional do PSDB vetou a filiação ao partido do senador Marcos do Val (Sem Partido-ES), egresso do Podemos.
Marcos do Val chegou a anunciar, nesta quinta-feira (21), que estava se juntando aos tucanos, mas a operação não foi avalizada pela cúpula do partido. Ou seja, o senador não foi aceito no ninho tucano.
A entrada dele na legenda levaria a bancada do PSDB no Senado a ter três integrantes, o mínimo para um partido, no Senado, ter estrutura de liderança. Os outros dois representantes da legenda na Casa são Izalci Lucas (DF) e Plínio Valério (AM). Foi Izalci o articulador da sua filiação ao partido tucano.
Todavia, a avaliação interna do PSDB, foi a de que Marcos do Val prejudicaria a imagem do partido e não compensaria o ganho em termos de estrutura de liderança no Senado.
Ele é investigado pelo STF (Supremo Tribunal Federal) por ter participado de plano golpista com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
FRACO E DELIRANTE
O senador é neófito na política. Foi eleito ao Senado, em 2018, na onda que levou ao Congresso Nacional — Câmara dos Deputados e Senado federal — conjunto de novos parlamentares, que pouco ou nada contribuiu com o debate político.
É o caso do senador capixaba. Ele se notabilizou no Senado Federal mais por se apresentar como suposto “instrutor” da polícia de Dallas, Texas, nos EUA, nas unidades da SWAT (Special Weapons And Tactics), grupo de elite da polícia estadunidense. Tudo indica que nem isso é verdade, não passa de lorota.
Senador sem brilho, normalmente tem aparecido apenas em pautas negativas e pitorescas, como a tentativa, sempre que pode, de prejudicar o senador licenciado e ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino.
CARREIRA POLÍTICA CURTA
Nas eleições de 2018, Marcos do Val, filiado ao então PPS (Partido Popular Socialista), foi eleito senador pelo Estado do Espírito Santo, tendo recebido 863.359 votos, 24,08% dos votos válidos.
Posteriormente o partido mudou a denominação para Cidadania. Em agosto de 2019, se desligou do Cidadania e se filiou ao Podemos.
AMEAÇA DE RENUNCIAR AO MANDATO
No início da atual legislatura se viu envolvido numa patranha golpista, com o então deputado Daniel Silveira (PTB-RJ). O senador bolsonarista chegou a anunciar que ia renunciar ao mandato parlamentar.
Depois, em 2 de fevereiro, disse que havia desistido de renunciar. Tudo indica que fez esse movimento para aparecer e chamar a atenção dos eleitores, já que estava em baixa, muito baixa, com eles.
O parlamentar negou, na ocasião, que o então presidente Jair Bolsonaro tenha sugerido plano para dar golpe de Estado. Segundo ele, a proposta teria partido do então deputado Daniel Silveira, na presença do então presidente Jair Bolsonaro (PL), que não teria se manifestado sobre o assunto.
Silveira cumpre pena integralmente, de 8 anos e 9 meses de prisão, no Rio de Janeiro desde o final de maio deste ano.
A condenação refere-se a vídeo publicado por ele em fevereiro de 2021 nas redes digitais, com xingamentos, ameaças e acusações contra ministros do STF.
M. V.