João Augusto de Castro Neves, filho da chefe de Gabinete da Presidência da Petrobrás, Sônia Castro Neves, foi contratado como diretor de Relações Internacionais Governamentais da petroleira norte-americana ExxonMobil, onde atuará em Washington. “Apesar da Petrobrás não ver nada de ilegal ou irregular pelas suas normas de compliance, por uma questão ética e de princípios, a chefe de Gabinete da Presidência da companhia, Sônia Castro Neves, deveria pedir demissão da função. Qualquer dirigente ou empregado de bom senso não teria dúvidas sobre o assunto”, afirma a Associação de Engenheiros da Petrobrás (Aepet).
Segundo o site Poder360, Castro Neves foi diretor de riscos na América Latina e Brasil da empresa de consultoria Eurasia Group, que atua fazendo lobby. Ele foi gerente de projetos do Consulado Geral Britânico no Rio de Janeiro e analista sênior do Instituto Brasileiro de Estudos Políticos (Ibep), empresa de lobby.
Entre julho 1999 e março de 2000, prestou “serviços técnicos especializados” na Liderança do PSDB no Senado e no gabinete do então senador Sérgio Machado (PSDB-CE), que posteriormente se filiaria ao PMDB. Machado foi nomeado por Lula para a Presidência da Transpetro em dezembro de 2003, onde ficou até 12 de outubro de 2014, já no governo Dilma, quando renunciou em meio a acusações de ter participado no esquema de roubo montado pelo PT/PMDB e PP para assaltar a Petrobrás. Na Lava Jato, fechou delação premiada e admitiu ter participado do esquema.
Em setembro do ano passado, a ExxonMobil arrematou, em parceria com a Petrobrás, seis blocos na Bacia de Campos na 14ª rodada de licitações da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
Em dezembro, a Petrobrás e ExxonMobil assinaram aliança para identificar e avaliar potenciais oportunidades de negócios. Nada mais antagônico do que a principal empresa do país se aliar com uma transnacional integrante do cartel internacional do petróleo. Isso só ocorreu em um desgoverno como o de Temer, que colocou como preposto na Presidência da Petrobrás, Pedro Parente, que promove um verdadeiro desmonte na Companhia e acaba de fazer um “acordo” para pagamento de US$ 2,95 bilhões (cerca de R$ 10 bilhões) aos acionistas da Petrobrás nos Estados Unidos.
Em resumo: O petróleo é dos árabes e a Petrobrás é da Exxon.