Sérgio Corrêa Brasil, diretor do Metrô de São Paulo durante 10 anos (2004-2014), confessou, em acordo de colaboração premiada, o recebimento de propinas de R$ 4 milhões, referentes à construção e operação das linhas Verde, Lilás e Laranja.
O período em que Corrêa Brasil recebeu essas propinas – 23 ao todo – foi o dos governos Geraldo Alckmin (PSDB), Cláudio Lembo (PFL), José Serra (PSDB) e Alberto Goldman (PSDB).
O acordo foi homologado pela juíza Flávia Serizawa e Silva, da 3ª Vara Criminal Federal de São Paulo.
A denúncia foi da força-tarefa da Operação Lava Jato em São Paulo, que chegou a Corrêa Brasil a partir dos depoimentos de funcionários da Odebrecht..
Nas planilhas do departamento de propinas da Odebrecht – o Setor de Operações Estruturadas – o ex-diretor do Metrô é mencionado como “Encostado” ou “Brasileiro”.
Corrêa Brasil, diz a denúncia, recebeu dinheiro do cartel das empreiteiras (Odebrecht, OAS, Andrade Gutierrez, Queiroz Galvão e Camargo Corrêa) “em troca de facilidades nos episódios da ampliação das linhas 2 (verde) e 5 (lilás) do Metrô e na montagem da parceria público-privada que resultou no projeto da linha 6 (laranja)”.
“No caso da linha 2, exercendo a função de gerente de contratos e compras, Brasil trabalhou para manter os contratos, celebrados em 1990, por meio de 29 aditivos contratuais ao longo dos anos seguintes. Os contratos haviam sido vencidos pelas ‘cinco grandes’.”
Era necessário, pela lei, fazer novas licitações, mas, com o suborno de Corrêa Brasil, as empreiteiras foram mantidas através desses aditivos.
No caso da linha Verde, Corrêa Brasil recebeu “R$ 2 milhões em propina das construtoras por mantê-las durante 14 anos”.
“No caso da linha 5 (Lilás), na função de gerente de contrato e licitação do Metrô, Brasil trabalhou para direcionar a licitação da ampliação da linha, no trecho entre as estações Largo 13 e Chácara Klabin, de modo a favorecer as ‘cinco grandes’ para que estas construtoras ficassem com o ‘filé’ da obra, cuja técnica construtiva exigia o uso do shield, o famoso tatuzão, em 60% do trecho planejado. Somente Odebrecht, OAS, Andrade Gutierrez, Queiroz Galvão e Camargo Corrêa tinham o certificado para construir no país com esse equipamento.”
Essas empreiteiras, “ficaram com os melhores trechos, divididos em dois lotes para dois consórcios formados entre elas”.
Por isso, Corrêa Brasil recebeu R$ 966 mil das empreiteiras.
Depois de sair da diretoria do Metrô e tornar-se assessor de parcerias público-privadas na Secretaria de Planejamento do Estado de São Paulo, Corrêa Brasil armou “uma série de favorecimentos e manipulações em editais para que a Odebrecht Transports ganhasse a licitação [da linha 6 – Laranja] e iniciasse a obra posteriormente, em 2014, em parceria com a Queiroz Galvão”.
Por esse serviço, o então assessor de parcerias público-privadas recebeu R$ 700 mil de propina.
Além de Corrêa Brasil, foram denunciados, pelo Ministério Público Federal, seis executivos da Odebrecht – Benedicto da Silva Júnior, Carlos Armando Guedes Paschoal, Arnaldo Cumplido de Souza, Fábio Andreani Gandolfo, Celso da Fonseca Rodrigues e Luiz Antonio Bueno Júnior; três da Andrade Gutierrez – Flávio David Barra, Dario Rodrigues Leite Neto e Anuar Benedito Caram; dois da Queiroz Galvão – Mário Bianchini Júnior e Carlos Alberto Mendes dos Santos; e dois executivos da OAS – José Alexis Beghini Carvalho e Carlos Henrique Barbosa Lemos.
A investigação sobre a Camargo Corrêa está sendo conduzida separadamente, porque suas propinas foram através de doleiros – o que faz com que a competência seja da vara especializada em lavagem de dinheiro e crimes financeiros.
C.L.
Grandes empresários donos de grandes empresas quase todos envolvidos com desvios do dinheiro público e todos impunes sempre foi assim, segundo Macelo Odebrecht, seu avô naquela época já efetuava propina para funcionários públicos de todos os poderes, políticos e etc… nada mudou continua acontecendo, executivos das empresas pagam o pato, um ou outro é condenado porque fazem delação premiada e tudo fica bem e o povão gostando.
Não, leitor, não é assim. Claro que existiu corrupção no passado. Agora, igual a isso dos últimos anos, nem a ditadura chegou perto.