Na cerimônia de entrega do Oscar, o diretor judeu Jonathan Glazer premiado pelo filme “Zona de Interesse” – que mostra nazistas administradores do campo de extermínio de Auschwitz -, denuncia o “sequestro do judaísmo e do Holocausto” para que Israel perpetre a ocupação dos territórios palestinos que “desumaniza e produz vítimas”
“Estamos aqui como pessoas as quais recusam que nosso judaísmo e o Holocausto sejam sequestrados por uma ocupação que tem levado a conflitos atingindo tanta gente inocente, sejam as vítimas do 7 de outubro em Israel ou os demais no ataque em curso em Gaza”, declarou o diretor do filme “Zona de Interesse”, Jonathan Glazer, ao receber a estatueta do Oscar na categoria de melhor filme estrangeiro.
“Nosso filme mostra aonde a desumanização leva em sua pior forma. Ela moldou todo o nosso passado e o nosso presente. Todos [judeus e árabes] são vítimas dessa desumanização. Como podemos resistir?”, acrescentou Glazer sob intensos aplausos.
Veja o vídeo com manifestações dentro e fora da cerimônia do Oscar em apoio ao povo palestino e contra o massacre em Gaza:
O filme mostra um casal de alemães que procura levar uma vida o mais normal possível quando moram ao lado do campo de extermínio de Auschwitz, onde integram a equipe administrativa da criminosa fábrica de morte em série.
Além do discurso de Glazer, diversos artistas presentes ao evento do Oscar, fixaram em suas roupas broches exigindo o cessar-fogo em Gaza, entre eles, a música Billie Eilish, a diretora Ava DuVernay e os atores Mark Ruffalo, Mahershala Ali e Ramy Youssef.
