Decisão foi tomada por 66 a 44 votos. A opção definitiva sobre a federação e a sua composição será fechada numa outra reunião no dia 19 de fevereiro
O Diretório Nacional do Cidadania aprovou nesta terça-feira (15), por 66 votos a 44, a possibilidade do partido compor uma federação partidária (associação de dois ou mais partidos para atuar de forma unitária por, no mínimo, quatro anos). Segundo o Supremo Tribunal Federal (STF), as legendas deverão protocolar os requerimentos de federação até 31 de maio.
A decisão a favor da união de partidos é uma vitória do presidente da legenda, o ex-deputado constituinte Roberto Freire, que defende a construção de uma federação para garantir a presença institucional do partido e para derrotar o prjeto de reeleição de Jair Bolsonaro.
Roberto Freire afirmou, recentemente, em entrevista ao HP, que “foi convidado” pelos presidentes do PSDB e do MDB, Bruno Araújo e Baleia Rossi, respectivamente, “para um diálogo sobre a construção de uma Federação partidária que, embora muito embrionária, pode constituir uma força política do centro democrático com grande capacidade de intervenção na realidade nacional, inclusive no processo eleitoral”.
Freire admitiu que “as conversas com o PSDB estão mais evoluídas”, mas não colocou nenhuma dificuldade caso a Federação eventualmente se amplie com a participação do MDB. “Obviamente, se isso acontecer, os dois maiores partidos, PSDB e MDB, terão que superar eventuais conflitos que naturalmente podem surgir em função de interesses regionais legítimos”, considerou.
Durante a reunião, o Diretório Nacional decidiu manter por enquanto a pré-candidatura presidencial do senador Alessandro Vieira (SE).
A vice-presidente da legenda, a senadora Eliziane Gama (MA), também defende a proposta. Ela afirmou que o partido terá dificuldades em seu plano de eleger uma bancada de deputados federais e ultrapassar a cláusula de desempenho. “A gente não está tendo nominata. Essa é a realidade”, disse a senadora, que se destacou na CPI da Pandemia.
O líder do partido na Câmara e integrante da comissão responsável por negociar uma eventual federação, Alex Manente (SP), ressaltou que, sem a federação, dificilmente a legenda conseguirá “sobreviver ao processo eleitoral que se aproxima”. Ele informou que a decisão de qual federação o Cidadania deverá participar ficou para o próximo sábado (19).
Ao iniciar a discussão sobre a federação nesta terça-feira (15), a ala do senador Alessandro Vieira (SE) voltou a criticar a decisão de se aliar ao PSDB e a falta de critérios e regras para a união. Vieira é contra a federação e, se ela for aprovada, defende uma aproximação com o Podemos, que terá o ex-ministro e ex-juiz Sergio Moro na disputa pelo Palácio do Planalto.