
“A decisão do CA pode significar o retorno da Petrobrás ao conceito do ‘poço ao posto’, garantindo a segurança energética do país”, disse Fernando Siqueira, vice-presidente da entidade
Fernando Siqueira, vice-presidente da Associação dos Engenheiros da Petrobrás (AEPET), avaliou como correta a decisão do Conselho de Administração (CA) da Petrobrás a volta da estatal na distribuição de gás liquefeito de petróleo (GLP) – conhecido popularmente como gás de cozinha ou botijão de 13kg – anunciada na semana passada.
O engenheiro aposentado da Petrobrás vê com otimismo o retorno da estatal à distribuição. “A decisão do CA pode significar o retorno da Petrobrás ao conceito do ‘poço ao posto’, garantindo a segurança energética do país”, disse Siqueira em reportagem da AEPET.
Atualmente, o mercado está concentrado nas mãos da Ultragaz e Supergasbras. Segundo Siqueira, essa concentração impede que a Petrobrás, produtora do GLP, tenha poder de regular o preço de venda para o consumidor final. A estatal petroleira entrega 13kg de GLP por R$ 37,00 e o consumidor chega a pagar mais do que R$ 110 por botijão.
Em 2020, o governo de Jair Bolsonaro (2019-2022) resolveu tirar a Petrobrás do mercado de distribuição de botijão de gás, por meio da venda da Liquigás (detentora, na época, de 22% do mercado de distribuição de GLP) ao consórcio Copagaz, Itaúsa e Nacional Gás, por R$ 4 bilhões.
“Além do preço de banana, a venda possibilitou uma concentração de mercado, que prejudica os consumidores”, denunciou Siqueira, ao avaliar que o retorno da Estatal para distribuição como difícil e a médio prazo – mas que deve seguir os passos anteriores, por exemplo, de quando comprou a Liquigás, então pequena e com dificuldades financeiras, e a transformou num importante concorrente.