O militante e um dos principais dirigentes na luta contra a ditadura, Diógenes de Oliveira, faleceu nesta sexta-feira (28), em Porto Alegre, aos 79 anos.
Sindicalista, Diógenes chegou a ser preso, torturado e exilado pelo regime. No exílio, passou por países como México, Cuba, Coréia do Norte, Chile, Bélgica e Portugal, durante a Revolução dos Cravos, em 1974. Seu último refúgio como expatriado foi em Guiné-Bissau, ex-colônia portuguesa na África, onde residiu durante oito anos e foi responsável pelo primeiro recenseamento desse país, sendo membro ativo do governo revolucionário.
Gaúcho de Júlio de Castilhos, Diógenes começou a militar aos 17 anos, em Porto Alegre, onde conheceu a poetiza Lila Ripoll e se engajou no Partido Comunista Brasileiro. Em 1961, participa do Movimento da Legalidade. Sua primeira profissão foi a de bancário, onde se tornou ativista sindical da categoria. Em 1964, passa no concurso para o Banco do Brasil e para a Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE), onde vai trabalhar como escriturário. Na condição de eletricitário, participou como sindicalista da resistência ao golpe militar de 1° de abril.
Em sua trajetória de lutas dentro e fora do Brasil, conviveu e militou com Leonel Brizola, conheceu Ernesto Che Guevara e, em São Paulo, junto com Onofre Pinto e outros militares e operários remanescentes do Movimento Nacionalista Revolucionário (MNR) funda a Vanguarda Popular Revolucionária (VPR).
Preso em 10 de fevereiro de 1969 na Praça da Árvore, no Bairro Santo Amaro, em São Paulo, foi torturado barbaramente durante uma semana, pois sabia onde estava Lamarca. Nunca entregou ninguém.
Anos depois se engajou na construção do Partido dos Trabalhadores em Porto Alegre, onde chegou a ser candidato a vereador, e foi secretário dos transportes em uma das primeiras prefeituras de capital do PT, com Olívio Dutra à frente. Em 2014, lançou sua biografia Diógenes O Guerrilheiro. Diógenes deixa dois filhos, Rodrigo e Guilherme.