Antes mesmo da divulgação formal pelo Ministério do Trabalho, Temer comemorou pelo Twitter o resultado dos números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) de abril. “Os defensores da crise perderam. O otimismo voltou”, escreveu.
O fato deixou uma suspeição no ar, afinal nunca havia sido divulgado antecipadamente o resultado do Caged.
De acordo com os números do Ministério do Trabalho, em abril foram gerados 115.898 postos de trabalho com carteira assinada, o que seria o melhor resultado para o mês desde 2013. Contudo, mesmo assim, para retomar o mesmo patamar de antes da crise seriam necessários a geração de 2,88 milhões de empregos formais.
Quem acompanha os resultados dos indicadores econômicos sabe que, exceto os ganhos dos bancos e demais parasitas, não houve um único setor da economia que apresentasse algum ganho, por menor que fosse. Continua tudo igual desde a tragédia instalada por Dilma e exacerbada com Temer. Ou seja, não houve nenhum fator novo que ensejasse alguma recuperação.
Segundo a PNAD Contínua, divulgada pelo Instituto Brasileiro e Geografia e Estatística (IBGE) no último dia 17, no primeiro trimestre do ano o número de empregados no setor privado com carteira assinada era 32,913 milhões em todo o Brasil, o que representa 408 mil a menos que o trimestre imediatamente anterior (33,321 milhões). Portanto, caiu o total de trabalhadores formais de um trimestre para outro.
Temer diz que o otimismo voltou. Então, como explicar o contingente de 4,6 milhões de desalentados, sem perspectiva, pessoas que desistiram de procurar emprego no trimestre e saíram das estatísticas oficiais de desemprego. Como saíram da estatística, o governo e a imprensa antidemocrática afirmam que o emprego melhorou.
Repudiado por 98% da população, Temer ao comemorar os dois anos de seu trágico governo disse: “O desemprego, os senhores sabem, parou de crescer, não se aumenta o desemprego, muitas vezes diminui, e ocupa, mais ou menos, aumenta a população ocupada quase 1 milhão a cada trimestre”.
Segundo o IBGE, falta emprego para 27,7 milhões de pessoas (ver matéria nesta página). Já a população ocupada somou 92,108 milhões no trimestre outubro-dezembro/2017, caindo para 90,581 milhões no trimestre seguinte (janeiro-março/2018), o que representa uma diminuição de 1,528 milhão. Portanto, houve queda e não aumento de 1 milhão da população ocupada.