
“Você pode imaginar projéteis chovendo sobre milhares de pessoas amontoadas em uma pequena área? O número de pessoas mortas foi chocante”, relatou Abdalla Elyyan, que veio de Khan Yunis em busca de trigo e foi surpreendido por uma das emboscadas da qual é um sobrevivente
As forças genocidas de Israel assassinaram nesta terça-feira (17) mais de 80 palestinos que procuravam por comida em Gaza e feriram centenas. Os palestinos foram emboscados enquanto se aglomeravam em dois pontos de distribuição de alimentos, quando as tropas de Netanyahu abriram fogo.
Após bloquear a entrada de ajuda humanitária para a população faminta de Gaza, Israel, agora com todo o apoio dos Estados Unidos, criou “centros de ajuda” em que a população desesperada pela fome, ao tentar buscar ajuda ,acaba sendo sistematicamente massacrada pelas forças israelenses e mercenários americanos, o que os palestinos denunciam como “armadilha mortal”.
Segundo relataram testemunhas ao site de notícias ‘Middle East Eye’, foram as forças israelenses que emboscaram palestinos famintos. De acordo com o Ministério da Saúde de Gaza, mais de 30 pessoas fora assassinadas em Rafah, na área de al-Alam, e em Khan Younis cerca de 50 pessoas foram mortas na área de al-Tahlia.
“Fomos para o ponto de distribuição depois de ouvir que o trigo seria distribuído às 7h, fomos emboscados na área de Tahlia”, disse Abdalla Elyyan, morador de Khan Younis.
Elyyan disse aos jornalistas do MEE que o alimento estava para ser distribuindo dentro de 30 minutos, foi quando os soldados israelenses, sem aviso, abriram fogo contra a população civil.
“O caos irrompeu. As pessoas estavam espalhadas pelas ruas – muitas mortas e feridas”, disse Elyyan. “Você pode imaginar projéteis chovendo sobre milhares de pessoas amontoadas em uma pequena área? O número de pessoas mortas foi chocante”.
“Centenas foram mortos ou feridos. Eu pessoalmente transportei pelo menos 50 pessoas feridas – muitas tiveram ferimentos na cabeça e nas pernas. Partes do corpo estavam espalhadas pelas ruas”, disse Nidal Abu Nseira, outro morador de Khan Younis. Ele testemunhou os disparos contra uma multidão de 5000 pessoas.
TANQUES E DRONES
Os tiros partiram de tanques, drones e metralhadoras contra uma população brutalizada e faminta. Muitas vítimas estão hospitalizadas no pouco que restou do sistema de saúde de Gaza, Israel se esforçou na destruição de qualquer infraestrutura que assegure as vidas de civis. É esperado que o número de mortos aumente.
“Drones israelenses dispararam contra os cidadãos. Alguns minutos depois, tanques israelenses dispararam vários projéteis contra os cidadãos, o que levou a um grande número de mártires e feridos,” disse Mahmud Bassal da Defesa Civil de Gaza.
É dessa forma que Netanyahu e sua gangue de fanáticos racistas acumulam crimes de guerra, contando com apoio em dinheiro e armas do atual chefe do regime imperial norte-americano.
Segunda-feira, já haviam sido 38 pessoas mortas, procurando por comida nos centros organizados pela ‘Fundação Humanitária de Gaza’ (Gaza Humanitarian Foundation) controlada pelos americanos. Neste massacre, a maioria das vítimas foram mortas em Rafah ao sul de Khan Younis.
Até o momento, mais de 300 pessoas foram mortas e mais de 2000 feridas procurando alimentos nesses centros de extermínio, desde que começaram a operar em 26 de maio.
Na quinta-feira passada, as forças genocidas israelenses atacaram os últimos cabos de fibras óticas, provocando um blecaute na infraestrutura de telecomunicações de Gaza, serviços de internet e telefone pararam de funcionar. Fazem de tudo para ocultar o avanço do programa de genocídio sistemático da população palestina em Gaza. Até o momento, mais de 55.200 palestinos foram mortos, na maioria mulheres e crianças.
Com a destruição de hospitais e da infraestrutura civil de Gaza, a contagem de mortos e feridos pode ser ainda maior do que está sendo documentado até aqui pelas autoridades de saúde da Faixa.