
Tinha 17 anos e foi assassinado pelo regime de Netanyahu em prisão de torturas. Família faz apelo a Lula para que interceda
O corpo do brasileiro Walid Khalid, assassinado aos 17 anos em uma prisão da ditadura israelense, ainda não foi entregue à sua família passado mais de um mês desde o crime.
O governo de Israel, em seu tradicional desrespeito, não responde às demandas do governo brasileiro. De acordo com a Federação Árabe-Palestina do Brasil, a prisão em Megido, onde Walid estava preso, é conhecida pelo uso de tortura com choques elétricos, espancamentos e privação de comida.
Nenhuma justificativa do regime de Netanyahu foi dada para a manutenção do corpo de Walid sob a custódia do Estado israelense, bem como qualquer outra resposta sobre o caso.
O brasileiro foi assassinado em 22 de março deste ano, na prisão de Megido. A causa da morte foi fome, desidratação e complicações infecciosas. Segundo uma autópsia entregue à família, o quadro foi agravado por “desnutrição prolongada e privação de intervenção médica”.
Nem mesmo o laudo com as causas da morte foi fornecido pela ditadura israelense, que se mantém irredutível em não responder às autoridades brasileiras e nem à família de Walid. Os advogados que atuam no caso conseguiram obter o documento junto a médicos do presídio. Diplomatas brasileiros afirmam que os torturadores do regime de Netanyahu mantêm os corpos retidos como “moeda de troca” com os palestinos.
O pai do jovem de 17 anos, o também brasileiro-palestino Khaled Ahmad, afirmou que ele e toda a sua família sentem “uma tristeza profunda” pela perda do jovem e “uma dor enorme” por não poderem se despedir. “Até agora, Israel não nos forneceu nenhuma justificativa para não liberar. E também não respondeu ao nosso pedido de restituição do corpo”, afirma Khaled, que pede que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) atue no caso de forma ativa.
“Gostaria de fazer um apelo ao presidente do Brasil para que nos ajude a conseguir a liberação do corpo do nosso filho, para que possamos sepultá-lo de acordo com os ritos islâmicos. Acredito que ele possa nos ajudar, pois é um grande presidente de um grande país”, diz.
Walid foi preso em 30 de setembro de 2024 na cidade de Silwad, na Cisjordânia, região ocupada por Israel. Acusado de agredir militares israelenses com pedras, ele não chegou a ser julgado antes de morrer.