Conselho de Segurança foi convocado pelo Brasil para tentar frear morticínio pretendido por Netanyahu. Ele deu ultimato para que 1,1 milhão de moradores de Gaza deixem suas casas
Momentos antes do início da reunião do Conselho de Segurança da ONU, a ditadura israelense desferiu ataques violentos ao órgão. O desdém dos israelenses com os alertas das Nações unidas é um sinal de que eles pretendem afrontar o mundo e seguir bombardeando a população civil da Faixa de Gaza, independente da posição do resto do mundo.
A ONU considera inadmissível o ultimato dado pelo regime de Tel Aviv à população de Gaza e tenta impedir que os palestinos sejam deslocados e dizimados sob as bombas de Israel. Boa parte dessas bombas lançadas por Israel, inclusive, são, segundo denúncia do Human Rights Watch, de fósforo branco, arma proibida em todo o mundo.
Cerca de 6.000 bombas pesando até 4.000 toneladas já foram lançadas na Faixa de Gaza por Israel desde o início dos ataques, de acordo com o porta-voz das Forças de Defesa de Israel (IDF), Daniel Hagari. Gaza está praticamente destruída sob o bombardeio de Israel desde o domingo (8). Uma brasileira de 18 anos fez uma apelo dramático nesta sexta-feira para não morrer sob as bombas israelenses (veja abaixo).
O Brasil, que preside o Conselho de Segurança das Nações Unidas, convocou a reunião de emergência do CS-ONU para esta sexta-feira (13) para tentar impedir o verdadeiro genocídio que o regime de terror está prestes a cometer contra a população civil de Gaza.
Israel deu 24 horas de prazo para que mais de um milhão de pessoas deixem suas casas e rumem para o sul de Gaza, enquanto continua a bombardear o país palestino. A ONU considerou impossível que este ultimato seja cumprido e trabalha para impedir o morticínio de inocentes.
Em resposta arrogante, o embaixador de Israel na ONU, Gilad Erdan, desprezou os alertas das Nações Unidas e afirmou, pouco antes do início da reunião, que a entidade deveria agradecer ao governo israelense pelo alerta sobre a evacuação de parte da Faixa de Gaza — o Exército israelense ordenou que a população deixe a região norte do território nesta sexta-feira.
O diplomata demonstrou o desprezo que o regime racista de Netanyahu tem pelo resto do mundo. Ele não mediu palavras para atacar a cúpula da ONU, que alertou que os atos podem constituir crimes de guerra. “Agora, o Hamas vai depender da ONU para sair à sua ajuda”, disse Erdan, ironizando o fato de que o gesto das Nações Unidas poderá garantir a sobrevivência do grupo.
“A ONU deveria nos agradecer pelo alerta”, insistiu. “Mas, por anos, ela colocou sua cabeça debaixo da areia, enquanto o Hamas se armava”, declarou. “E agora que fizemos o alerta (para evacuação), a ONU prefere condenar essas medidas. Isso é um absurdo”, prosseguiu o representante de Israel.
A ONU já afirmou que considera impossível que este ultimato dado por Israel seja cumprido e tenta impedir que a população palestina seja dizimada sob as bombas de Israel.
“Isso criaria uma situação calamitosa”, diz o secretário-geral da entidade, Antonio Guterres. Ele realiza contatos com governos da região e com potências para evitar o que muitos temem que poderia ser uma crise humanitária de proporções inéditas.