Dados são do relatório mensal do Tesouro Nacional. As instituições financeiras são as principais detentoras dos títulos, com 28,4% de participação no total do estoque
A Dívida Pública Federal (DPF) encerrou o mês de novembro em R$ 7,204 trilhões, uma alta de 1,85%, ou R$ 131,17 bilhões a mais, em relação a outubro.
Segundo o Tesouro Nacional, o Brasil não pode se endividar para pagar despesas correntes, mas o faz para pagar juros da dívida. Como grande parte dos títulos são corrigidos pela taxa Selic, que o Banco Central colocou no patamar de 12,25% ao ano, o endividamento do governo não para de crescer.
JURO PUXA A DÍVIDA
Os dados são do Relatório Mensal da Dívida (RMD) de novembro de 2024, divulgados pela Secretaria do Tesouro Nacional na quinta-feira (26). O principal fator que eleva a dívida pública federal é o pagamento dos juros desta dívida. Houve emissão líquida de R$ 56,88 bilhões em títulos públicos, elevando a Dívida Pública Mobiliária Federal interna (DPMFi) de R$ 6,748 trilhões para R$ 6,863 trilhões, alta de 1,71%.
A DPF inclui a dívida interna e externa. Segundo o relatório, o estoque da Dívida Pública Federal externa (DPFe) subiu 4,78% no mês, atingindo R$ 340,76 bilhões (US$ 56,29 bilhões), sendo R$ 286,41 bilhões (US$ 47,31 bilhões) referentes à dívida mobiliária e R$ 54,34 bilhões (US$ 8,98 bilhões), à dívida contratual.
As instituições financeiras são as principais detentoras da Dívida Pública Federal, com 28,4% de participação no total do estoque, seguida por Previdência (23,7%) e Fundos de Investimentos (22,1%) e Não Residentes (11,25%).
COLCHÃO DE LIQUIDEZ
Há um mecanismo no Tesouro Nacional chamado colchão de Liquidez. O colchão de liquidez da dívida pública é um recurso que fica no Tesouro reservado para o pagamento dos compromissos financeiros do governo. Em novembro esse colchão ficou em R$ 856 bilhões, contra R$ 822 bilhões em outubro.
O valor serve de termômetro para saber se o País tem recursos para pagar seus investidores ou precisará recorrer rapidamente ao mercado para reforçar o caixa. O colchão atual é suficiente para cobrir 7,25 meses de vencimentos de títulos à frente. Em outubro, o colchão era suficiente para cobrir 6,86 meses de vencimentos à frente. O tempo considerado seguro é de três meses.