
O PSL, partido do presidente Jair Bolsonaro, foi obrigado a fechar questão a favor da reforma da Previdência nesta quinta-feira (28). As crises diárias criadas pelo governo e o estrago que a proposta causa à população mais pobre, geraram insatisfação e esgarçamento na bancada.
O Delegado Waldir (GO), chegou a dizer, há alguns dias, que a reforma era um “abacaxi” que o governo queria que a Câmara descascasse com os dentes. “Tem que trazer a faca para ajudar a descascar”, ponderou.
Dos 54 deputados do PSL, apenas 32 participaram da reunião. Entre os que não compareceram está o deputado Felipe Francischini, presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).
O líder, que disse que precisava da faca para descascar o abacaxi, ameaçou os colegas com punições severas para quem desobedecer a decisão. Ele e o presidente da sigla, Luciano Bivar, acusado de cultivar laranjais em Pernambuco, disseram que “há no regimento interno do partido uma série de penalidades, incluindo a expulsão do parlamentar da sigla”.
Admitindo que a bancada não se acha em condições de defender a proposta de reforma da Previdência do governo, o delegado Waldir teve a sua permanência questionada internamente.
“Vão detalhar para nós as minúcias para que a gente tenha argumentos na ponta da língua para poder passar em qualquer argumentação contrária. Talvez algumas explicações não estejam sendo suficientes ainda, mas vamos cuidar disso”, disse ele.
Depois de fechada a questão – na base da faca – o partido indicou, com uma semana de atraso, o relator da proposta de Reforma da Previdência na CCJ. Será o deputado de primeiro mandato Marcelo Freitas (MG).
Freitas foi escolhido numa reunião com a presença do ministro chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, que trava uma briga junto à Procuradoria Geral da República e o Supremo Tribunal Federal para ter direito a foro privilegiado no caso da propina de R$ 200 mil, recebida por ele da JBS em 2012 e 2014.