Nesta terça-feira, os cientistas baianos se uniram às comemorações da Independência da Bahia, no Largo da Lapinha, em Salvador. Mobilizados pela Academia de Ciências da Bahia, pesquisadores e professores criticaram os ataques à ciência e à educação no tradicional desfile.
Entre os presentes, representantes de diversas universidades públicas, além de entidades de pesquisa e educação como a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC).
Segundo o presidente da Academia de Ciências da Bahia, Jailson de Andrade, o desejo do grupo é chamar a atenção da população para a diminuição de investimentos em ciência, educação e cultura.
“A ideia é nos manifestarmos em defesa da ciência. O princípio é que ciência, educação e cultura são as bases de um país. Nos últimos cinco anos, observamos uma diminuição considerável nos investimentos em ciência, educação e cultura. O que nós pretendemos é chamar a atenção da população de que a educação é a base de todo um povo e a ciência é a base da prosperidade”, disse.
“Estamos cumprindo o nosso objetivo que é alertar a população para a importância da ciência para o pleno desenvolvimento do país. E reforçar que são imprescindíveis os investimentos em Ciência, Educação e Cultura, bases para que tenhamos um conhecimento científico sólido”, destacou.
INDEPENDÊNCIA
Para Sidarta Ribeiro, diretor da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), que participou da manifestação, a falta de apoio à ciência no Brasil chegou a uma situação dramática. “É importante que essa marcha tenha acontecido em uma data tão significativa para o povo baiano. A manifestação mostra que a população segue firme e forte para libertar, agora, o Brasil dessa situação de vulnerabilidade, já que um país sem ciência, tecnologia e inovação perde sua soberania”, afirma.
“Se a data de hoje marca a independência que o Brasil
já conquistou com a luta popular, estamos aqui para dizer que o país ainda
precisa garantir a independência para a Ciência e para a Educação, ainda
ameaçadas pelo governo atual, que é anticientífico e demonstra sérias
restrições aos direitos”, destacou Sidarta que é professor da Universidade
Federal do Rio Grande Norte (UFRN).
Interiorização da ciência
Os cortes de orçamento das universidades públicas, promovidos sistematicamente
pelo atual governo federal, atingem diretamente as novas instituições de ensino
superior como a Universidade Federal do Oeste da Bahia (UFOB), conforme explica
a reitora Iracema Veloso, presente no ato coordenado pela Academia de Ciências
da Bahia. “A UFOB acaba de completar seis anos e ainda precisa de investimentos
para a sua estruturação e para continuar realizando o importante trabalho de
interiorização da ciência e de transformação positiva da vida da população, em
especial dos jovens”.