As manifestações ocorreram em 100 cidades italianas, incluindo as maiores, durante a realização de uma greve geral. Os ataques de Israel à Flotilha Global Sumud serviram de estopim para a resposta à ditadura de Netanyahu.
Mais de dois milhões de pessoas se manifestaram nas ruas da Itália, nesta sexta-feira (3), para condenar o genocídio e a limpeza étnica perpetrada por Israel na Faixa de Gaza e denunciar o ataque à Flotilha Global Sumud, em um dia de greve geral que também paralisou o país.
Segundo a Confederação Geral do Trabalho Italiana (CGLI), o dia da greve geral foi “um sucesso: mais de dois milhões de pessoas foram às ruas para participar das manifestações realizadas em mais de cem cidades italianas por ocasião da greve geral nacional em defesa da Flotilha, dos valores constitucionais, para impedir o genocídio e em apoio ao povo de Gaza. E 300.000 pessoas foram às ruas da capital, Roma”, relataram em um comunicado, fazendo um balanço dos eventos do dia.
Os sindicatos afirmaram que “de acordo com os dados recebidos até o momento, a média nacional de participação na greve geral ficou em torno de 60%”, um sucesso considerando que a convocação foi encima da hora, há apenas alguns dias, quando ocorreu o assalto e a prisão de mais de 400 ativistas que viajavam na Flotilha.
Segundo a CGLI, durante o dia houve “uma atmosfera pacífica e democrática, com uma participação extraordinária e sem precedentes de jovens que reivindicam um futuro de paz e justiça social, com emprego estável e combate à precariedade. Trabalhadores, cidadãos e estudantes fizeram ouvir suas vozes em apoio à Flotilha Sumud Global e em solidariedade aos ativistas detidos, pela paz e pela reafirmação do direito internacional. A mobilização continua.”
GRANDES MANIFESTAÇÕES NAS PRINCIPAIS CIDADES
As meios de comunicação relataram que, durante a greve geral, inúmeros incidentes foram registrados no transporte público e no trânsito em grandes cidades, como Roma e Milão, onde o caos no trânsito foi total devido às manifestações em massa. Além de Roma também houve grandes manifestações em Bolonha, Palermo, Cagliari, Florença, Pisa, Gênova, Verona, Turim, Bérgamo e Perugia, entre outras.
Em Milão, ativistas ocuparam a Universidade Estatal, enquanto em Turim, confrontos com a polícia eclodiram na Universidade Politécnica e na feira de tecnologia desta semana, que contou com a presença de vários líderes da União Europeia (UE), incluindo a presidente da Comissão Europeia (CE), Ursula von der Leyen, da Alemanha. Em Bolonha, manifestantes forçaram a entrada na rodovia após confrontos com a polícia de choque. Em Pisa, a rodovia Florença-Livorno foi bloqueada e, em Perugia, milhares de pessoas ocuparam as plataformas da estação central.
GARANTIR CESSAR-FOGO PERMANENTE EM GAZA
O comissário-geral da Agência das Nações Unidas para Assistência aos Refugiados da Palestina no Oriente Próximo (UNRWA), Philippe Lazzarini, renovou seu apelo no sábado para que Israel suspenda a proibição das operações da agência em Gaza, enfatizando a necessidade urgente de apoiar os palestinos em meio aos esforços contínuos para garantir um cessar-fogo permanente na região.
Lazzarini descreveu a situação atual como “um momento bem-vindo e raro para alcançar um cessar-fogo permanente em Gaza e abrir caminho para uma solução de longo prazo para encerrar o conflito de décadas”, depois da colocação de Donald Trump que está sendo debatida amplamente.
Ele chamou isso de “uma rara janela de esperança que permite que a ONU, incluindo a UNRWA, aborde a fome e o sofrimento de mais de dois milhões de pessoas com necessidades indizíveis”.
Israel informou na sexta-feira que deportou quatro ativistas italianos, os primeiros entre os mais de 400 detidos nos navios.
O número de mortos na Faixa de Gaza chegou a 67.074 pessoas, a maioria mulheres e crianças, desde o início da agressão israelense em outubro de 2023. Pelo menos 169.430 outros também ficaram feridos.