O dono da OAS, César de Araújo Mata Pires Filho, foi preso pela Polícia Federal (PF), na noite do último domingo (25/11), em Curitiba.
Mata Pires estava nos EUA quando sua prisão temporária foi decretada pela juíza Gabriela Hardt, da 13ª Vara Federal de Curitiba, na Operação Sem Fundos, 56ª fase da Operação Lava Jato – desencadeada na sexta-feira (23/11) -, que investiga a corrupção na construção do prédio da Petrobrás em Salvador (Torre Pituba).
César de Araújo Mata Pires Filho, descreve a juíza, participou das “ilicitudes verificadas na construção da Torre Pituba, como restou evidenciado por sua atuação destacada na obtenção do aditivo contratual com a SPE Edificações Itaigara, que garantia não apenas maior volume de ganhos para a empreiteira, mas, de consequência, também o repasse ainda maior de recursos ilícitos ao Partido dos Trabalhadores, dirigentes da Petros e demais envolvidos”.
A SPE Edificações Itaigara era uma sociedade entre a OAS (51%) e a Odebrecht (49%), estabelecida para a construção do prédio.
Diz a juíza:
“… César Filho disse a Léo Pinheiro [então presidente da OAS] que precisavam correr com o tema do aditivo contratual para aproveitar a presença de Luís Carlos [Fernandes Afonso] na presidência da Petros (ante a provocação de João Vaccari a respeito), sendo que César Filho já havia mobilizado Elmar Varjão [diretor-superintendente da OAS, que autorizava os repasses de propina] a respeito.
Além disso, “César Filho atuava diretamente na distribuição de vantagens ilícitas. (…) há indícios de que não apenas ele tinha consciência de todo o volume de pagamentos indevidos autorizados notadamente por Elmar Varjão e orientava os integrantes da Área de Projetos Estruturados da OAS, como também se envolveu pessoalmente nos contratos fictícios celebrados com a empresa Mendes Pinto Empreendimentos e a empresa D3TM de Renato Duque, além de que autorizava o repasse de vantagens indevidas para o Partido dos Trabalhadores por meio de doações oficiais ao órgão diretivo da agremiação” (cf. Despacho/Decisão, 13ª Vara Federal de Curitiba, 16/11/2018, pp. 37-38).
C.L.
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