Dono do Master doou apartamento de R$ 4,3 milhões para “sugar baby”

A influencer e o banqueiro Daniel Vorcaro (Foto: Reprodução - Instagram - UOL)

Ela é ré por lavagem de dinheiro. O imóvel de luxo fica na região da Faria Lima, próximo à sede do Master

Daniel Vorcaro, dono do Banco Master, doou um apartamento de R$ 4,3 milhões para a influencer Karolina Trainotti, que é ré por lavagem de dinheiro para um traficante. No processo, Trainotti disse que era “sugar baby” do traficante.

Vorcaro, que realizou uma fraude de R$ 12 bilhões no Banco Master, deu o apartamento para Karolina em dezembro de 2024.

O imóvel fica na região da Faria Lima, próximo à sede do Banco Master e do shopping JK Iguatemi, um dos mais luxuosos de São Paulo.

O apartamento tem 113 m² de área privativa e 231 m² de área útil, com três vagas na garagem e manobrista. O condomínio tem duas piscinas, sendo uma aquecida e coberta, academia, sala de pilates, área para cabeleireiro, cozinha gourmet e salas de reunião. As informações são do UOL.

A influencer é defendida no processo criminal pelo advogado Eugênio Pacelli, que também atua para Vorcaro em algumas ações desde abril do ano passado.

Ela tem 34 mil seguidores no Instagram, onde exibe viagens para roteiros de luxo, nacionais e internacionais.

O apartamento foi adquirido em 2020 por uma empresa de Vorcaro, a Viking Participações. Em 2024, o imóvel foi transmitido à Super Empreendimentos e Participações, uma sociedade anônima fechada — empresa na qual os sócios ficam sob sigilo.

A Super é dona da casa de Vorcaro em Brasília, de R$ 36 milhões, e do apartamento onde o banqueiro vive em São Paulo, também na região da Faria Lima, de R$ 50 milhões. Um cunhado de Vorcaro foi o diretor da Super por quatro anos. O banqueiro não aparece nos documentos da doação a Karoline.

DENÚNCIA

Karolina foi denunciada pelo Ministério Público Federal (MPF) em 2023 por ter lavado dinheiro para Rowles Magalhães, que é réu por tráfico internacional de drogas.

A denúncia afirma que ela foi “destinatária dos recursos de origem criminosa que Rowles pretendia omitir”.

Nos autos, Karolina Trainotti disse que recebeu dinheiro de Rowles Magalhães porque era “sugar baby”. Isto é, porque ela recebia o dinheiro para se relacionar com o traficante.

A denúncia acrescenta que cerca de metade do valor recebido por Karolina foi pago em um esquema conhecido como “dólar-cabo”, que envolve doleiros e contas em diferentes países.

Primeiro, Rowles transferia valores em euro para uma conta ligada a um doleiro. A moeda estrangeira era obtida “com o tráfico de cocaína na Europa”, diz a denúncia. Em seguida, o doleiro repassava o valor convertido para reais para a conta de Karolina.

Um doleiro contou em depoimento que o traficante Rowles pedia que os dólares advindos da venda de cocaína na Europa fossem trocados em reais no Brasil. Parte desse valor era destinado para Karolina.

“O Rowles chegava pra mim e falava eu tenho 50 mil dólares e eu quero receber em reais, quanto é que fica?.  […] ele chegava e passava as contas da família dele e da amante, que era a Karolina”.

Na avaliação do Ministério Público, o uso de doleiros para a transferência do dinheiro “não deixa dúvida acerca da intenção de ocultação da origem, localização, disposição, movimentação e propriedade de valores oriundos do tráfico internacional de drogas, de modo que chegassem aos denunciados e às pessoas a eles relacionadas sem que fosse possível rastrear a origem criminosa dos recursos”.

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