O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), responsabilizou Jair Bolsonaro pela redução do índice de isolamento social registrado em São Paulo, durante a coletiva imprensa, nesta quarta-feira (6).
Para Doria, Bolsonaro tem tido uma “conduta errática” e dado “péssimo exemplo” à população sobre as medidas de combate ao novo coronavírus.
“O que tem estimulado lamentavelmente o relaxamento das pessoas é a conduta errática do presidente da República que, dando maus exemplos todos os finais de semana, sai para fazer passeios na Esplanada ou em cidades satélites de Brasília negando a ciência, a orientação do isolamento e dando um péssimo exemplo aos brasileiros. Esse sim é o contraponto que influencia negativamente a opinião pública”, afirmou Doria.
Nesta quarta-feira, o Estado de São Paulo superou a marca de 3.000 mortes pelo novo coronavírus e por isso o governador do estado decretou luto oficial pelo tempo que durar a epidemia.
Doria e o coordenador do Centro de Contingência do Coronavírus, além de secretário da Saúde David Uip, afirmaram não haverá condições de relaxar o isolamento social caso o índice de pessoas em casa não se eleve consideravelmente. “Infelizmente, não estamos atingindo essa meta”, disse Doria.
Nos últimos dez dias, a taxa de isolamento da cidade de São Paulo, epicentro da pandemia, ficou entre 47% e 48% por seis dias. Perguntado pela imprensa se o anúncio do governo estadual em abril de que a quarentena poderia ser relaxada para algumas regiões do estado a partir de maio não havia levado à queda de adesão ao isolamento social, Doria negou.
“Quando nós avaliamos naquele momento, deixamos claro que a perspectiva de qualquer flexibilização dependeria do comportamento das pessoas no isolamento, da disponibilidade de leitos e do comportamento do coronavírus na infectabilidade e mortandade. Isso não favoreceu nem estimulou nenhum tipo de relaxamento”, afirmou o governador de São Paulo.
O estado de São Paulo tem 37.853 casos confirmados de Covid-19 e 3.045 mortes. A taxa de ocupação de leitos em UTIs é de 67% e 86%, respectivamente, no estado e na região metropolitana de São Paulo.