O pré-candidato à Presidência da República pelo PSDB, João Doria, afirmou que, apesar de ter posições distintas às do PT, é partidário do diálogo com o ex-presidente Lula (PT) em nome da preservação da democracia e da derrota de Jair Bolsonaro (PL).
“Não há razão para não manter o diálogo com Lula, com o PT, com partidos à esquerda e partidos à direita”, afirmou o ex-governador de São Paulo em sabatina do jornal “Folha de S.Paulo”, na quinta-feira (28).
“Tenho posições muito distintas, mas isso não impede de manter uma relação respeitosa”, disse Doria, salientando que a democracia pressupõe diálogo. “Só nos regimes autoritários é que não há diálogo”, acrescentou o tucano.
Doria afirmou, ainda, não ser capaz de analisar se as decisões do ex-juiz Sergio Moro (União Brasil) em relação ao petista foram corretas ou equivocadas.
“A minha posição não mudou em relação a Sergio Moro. Mas eu não sou capaz de fazer juízo se os julgamentos que ele realizou foram corretos ou não foram corretos, cabe isso aos tribunais”, declarou. “Aliás, o Supremo [Tribunal Federal] já se manifestou e eu aprendi a respeitar as decisões da Justiça”, completou.
O ex-governador também admitiu a possibilidade de abrir mão da sua candidatura no pacto dos partidos de centro pela chamada “terceira via” e abriu as portas para uma composição com a senadora Simone Tebet (MS), pré-candidata a presidente pelo MDB.
Confrontado sobre declarações de Tebet, que já disse não aceitar ser vice numa composição de centro, Doria sinalizou que está disposto a abrir mão da cabeça de chapa.
“Temos que ter o bom entendimento de que a prioridade é o Brasil, não nós. Eu não me priorizo e nem excluo nenhuma alternativa. Não estou fazendo críticas contra a Simone Tebet, mas a prioridade é o Brasil e os brasileiros”, assinalou.
Ainda que tenha sinalizado na direção de uma aliança com Tebet, Doria observou que quem conduz o processo pelo MDB é o presidente da sigla, deputado federal Baleia Rossi (SP).
“Jantamos recentemente com Simone Tebet, Michel Temer e Baleia Rossi na residência de um amigo em comum. Tenho muito respeito por ela, mas quem tem conduzido esse processo é o Baleia Rossi. As conversas seguem bastante produtivas, mesmo com as declarações da senadora. Eu a respeito e mantenho esse diálogo”, disse.