“O padrão de abr/21 seguiu o mesmo apresentado em meses anteriores: enfraquecimento dos parques industriais do Sul e de São Paulo e declínio no Nordeste. O que mudou frente a resultados passados foi a intensidade com que muitos pisaram no freio”, destaca o Iedi sobre a produção regional em abril
A produção industrial do país caiu em 9 das 15 regiões pesquisadas em abril, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira (09). Isso significa que o parque industrial de 60% do Brasil ficou no vermelho na comparação com março.
Na semana passada, o IBGE havia divulgado o resultado geral da produção industrial na passagem de março para abril, com queda de 1,3%.
A situação mais dramática foi observada no setor produtivo da Bahia, que caiu 12,4% no mês; seguido pela região Nordeste, onde o recuo foi de 7,8%. Os dois locais tiveram seu quinto resultado negativo, acumulando perdas de 31,8% e 17,1%, respectivamente, informou o IBGE.
São Paulo, que concentra o maior parque industrial do país, também apresentou queda acima da média nacional, com recuo de 3,3%. Segundo a pesquisa, o resultado paulista se deu pelo declínio da indústria de petróleo e indústria farmacêutica.
De acordo com o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (IEDI), o padrão observado em abril é o mesmo dos meses anteriores, com enfraquecimento dos parques industriais de São Paulo e Sul do país, além do declínio do Nordeste. “O que mudou frente a resultados passados foi a intensidade com que muitos pisaram no freio”.
“Merece destaque o caso da indústria paulista, não só por se tratar da mais completa e diversificada do país, mas porque a fase desfavorável de meses anteriores aprofundou-se para uma queda de -3,3% na passagem de mar/21 para abr/21, com ajuste sazonal. Foi o pior resultado desde o choque da Covid-19 em abr/20 (-22,4%)”.
O período coincide com a fase mais aguda da pandemia no país: em abril, o Brasil registrava recorde em número de casos e mortes pela Covid-19.
Seis regiões ficaram com o volume de produção no campo positivo em abril, mas nada muito animador. Destaca-se o desempenho minguado dos estados do Sul do país: Paraná e Rio Grande do Sul, que concentram importantes parques industriais, tiverem resultados próximos do zero, de 0,2% e 0,3% respectivamente.
“Este desempenho do Sul bem como o de São Paulo são dignos de nota pois eram parques industriais que vinham apresentando certa resiliência até a entrada de 2021, diante da piora da pandemia e redução das medidas emergenciais, mas que agora dão sinais de enfraquecimento”, complementa o Iedi.
No caso do Nordeste, onde a situação do setor produtivo está se deteriorando em constância desde o início da pandemia, o instituto afirma:
“Muito desta evolução negativa da indústria nordestina está associado à interrupção e depois à redução do valor do auxílio emergencial pago às famílias, mas também ao elevado desemprego em vários estados da região, prejudicando seu mercado consumidor. Vale lembrar que, enquanto a taxa de desocupação do Brasil foi de 14,7% no 1º trim/21, o que já é muito elevado, na Bahia e em Pernambuco chegou a 21,3% e foi também bastante expressiva em Sergipe, Alagoas, Maranhão e Paraíba”.