“Traidor da Constituição é traidor da Pátria, disse Ulysses Guimarães”, lembrou o ministro da Justiça
O ministro da Justiça, Flávio Dino, criticou a proposta que açula o confronto regional do Brasil feita pelo governador bolsonarista de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), e lembrou que “traidor da Constituição é traidor da Pátria”.
“É absurdo que a extrema-direita esteja fomentando divisões regionais. Precisamos do Brasil unido e forte”.
“Está na Constituição, no art. 19, que é proibido ‘criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si’. Traidor da Constituição é traidor da Pátria, disse Ulysses Guimarães”, publicou o ex-governador do Maranhão em suas redes sociais.
Romeu Zema defendeu, em entrevista ao Estadão, uma “aliança” entre os Estados do Sul e do Sudeste para conseguir “protagonismo político” contra o Nordeste.
O bolsonarista ainda reclamou da criação, a partir da reforma Tributária, de um “fundo para o Nordeste, Centro-Oeste e Norte”.
Zema comparou as regiões Nordeste, Norte e Centro-Oeste a “vaquinhas que produzem pouco”, enquanto o Sudeste e o Sul seriam as vaquinhas “que produzem muito” e não recebem a mesma atenção.
Essa não é a primeira declaração de Romeu Zema que foi denunciada como divisionista e de cunho racista.
Em junho, Zema afirmou que a população da “grande maioria” dos Estados brasileiros está “vivendo de auxílio emergencial” ao invés do trabalho. A fala foi feita na abertura da reunião do Consórcio de Integração Sul e Sudeste (Cosud), órgão que ele quer usar para rivalizar com o restante do Brasil.
De acordo com o governador, os Estados do Sul e Sudeste são “onde, diferente da grande maioria, há uma proporção muito maior de pessoas trabalhando do que vivendo de auxílio emergencial”. Depois da repercussão negativa, ele pediu desculpas e disse que foi mal interpretado.