Marina Silva, candidata da Rede à Presidência da República, afirmou na segunda-feira (17) que é uma “afronta” o vice de Bolsonaro, Hamilton Mourão, dizer que famílias de mães e avós são “fábricas de desajustados”.
“É uma afronta chamar de desajustados os filhos de 11,6 milhões de mulheres que chefiam lares. Elas enfrentam sozinhas todas as dificuldades para dar um futuro a filhos e netos”, disse a candidata em seu twitter. “É da valentia dessas mães e avós que nasce o milagre da sobrevivência de milhões de pessoas”, completou.
Em um evento promovido pelo Sindicato da Habitação de São Paulo (Secovi-SP), Mourão associou o tráfico de drogas em famílias pobres com ausência de pais e avôs. “Atacam eminentemente nas áreas carentes, onde não há pai e avô, mas sim mãe e avó, por isso é fábrica de elementos desajustados que tendem a ingressar nessas narcoquadrilhas”, disse.
Marina chamou de “antidemocrático, autoritário e machista” a invasão de apoiadores de Bolsonaro (PSL) ao grupo virtual de mulheres que se manifestam contra o candidato.
Para a candidata, estes casos devem ter uma intervenção direta do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). “Os processos autoritários venham de onde vier, sejam contra quem for, devem ser sempre repudiados. Que as instituições tomem providências”, disse.
O grupo de facebook “Mulheres Unidas Contra Bolsonaro”, que reunia mais de dois milhões de mulheres que rechaçam as propostas machistas e a postura antidemocrática do candidato do PSL, foi hackeado no domingo, 16, e teve seu nome alterado para “Mulheres COM Bolsonaro 17”. O facebook restabeleceu o controle e devolveu o grupo às mulheres ainda no domingo.
“Quero hipotecar meu apoio às mulheres que se articularam e criaram esse grande movimento na internet chamado #Elenão que foi violentamente hackeado por uma visão política autoritária que não respeita a liberdade de expressão, não respeita a liberdade de organização e articulação”, afirmou Marina.