“Não é razoável o deboche com que eles estão tratando a sociedade. Além de não atender a população, comprovadamente reduziu as equipes de manutenção”, afirmou Orlando Morando (PSDB)
O prefeito de São Bernardo do Campo, Orlando Morando (PSDB), afirmou que o descaso da Enel com a população de São Paulo “é inaceitável” e mencionou a possibilidade do Ministério Público pedir o afastamento e prisão do presidente da empresa, Nicola Cotugno, pelo descaso com que trata a população de São Paulo.
A Enel e seus dirigentes dizem que a culpa do caos é toda da chuva e esquecem que mantém, por sua ineficiência, mais de 10 mil famílias sem energia há 5 dias.
“Se qualquer gestor público estivesse cometendo as atrocidades que eles estão cometendo, seguramente o Ministério Público teria pedido o afastamento do cargo e a prisão”, comparou o prefeito do PSDB em entrevista ao jornal Estadão.
“É inaceitável. Não é razoável o deboche com que eles estão tratando a sociedade. Além de não atender a população, comprovadamente reduziu as equipes de manutenção”, denunciou.
Para Orlando Morando, o presidente da Enel “se sente no direito de debochar e achar que isso é normal, que é um caso fortuito, atípico, que tá dentro da expectativa. É o fim do mundo”. Cotugno “é um criminoso”, afirmou.
“Provavelmente, gente morreu” por conta do apagão. “Quem precisava de equipamento dependente de energia elétrica, aqueles que estão em home care podem ter perdido a vida. Esse sujeito tinha que ser preso para resguardar os direitos da sociedade. Ele é criminoso. Eu estou afirmando”.
“Até quando as autoridades vão continuar lenientes? Será que não seria razoável prender o presidente da Enel até que ele pudesse religar todos os lares de São Paulo e devolver energia elétrica? Garantir que todas as escolas, públicas e privadas, voltassem a funcionar, além de todos os equipamentos de saúde. Creio que desta forma, com ele preso, a companhia, pela qual ele é responsável, seria um pouco mais eficiente e menos displicente com a população”, publicou em suas redes sociais.
Em entrevista à Folha de S.Paulo, o presidente da Enel disse que a companhia que dirige não precisa se desculpar com as 2 milhões de famílias que ficaram sem energia pois “o vento foi absurdo”.
A empresa, que diminuiu o número de funcionários e aumentou seu lucro nos últimos anos, fechou seu canal de atendimento para a população.
Em quanto a população padece com a falta de energia em São Paulo, a multinacional italiana Enel, dona da distribuidora de energia paulista, registrou lucro líquido de 4,25 bilhões de euros no primeiro semestre, conforme balanço divulgado na terça-feira (7). Uma alta de 141,9% frente ao resultado de 1,76 bilhão em igual período do ano passado.
A empresa privada cortou investimentos, demitiu funcionários e cobra uma das tarifas mais caras do mundo. O resultado é que a empresa italiana provocou o maior apagão já vivido pela cidade de São Paulo e deixou mais de dois milhões de brasileiros sem luz durante quatro dias.