A afirmação do ex-presidente foi feita neste sábado (06), durante debate promovido pelo movimento “Direitos Já”. ‘Tenho certeza que neste grupo há quem possa fazer isso”, afirmou FHC
A experiência de vida foi uma das marcas da participação do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso no debate de sábado (06), promovido pelo movimento “Direitos Já, sobra situação política do país. Ele apontou a necessidade de estender o diálogo aos militares. “Eles têm muita importância a história do Brasil”, assinalou.
Um dos temas tratados na live foi a tentativa oportunista de reinterpretação do artigo 142 da Constituição por parte de alguns bolsonaristas. O ex-presidente do STF, Nelson Jobim, também participante, lembrou que, de 1988 para a frente, não há nenhuma dúvida de que as FFAA não têm o papel moderador que foi aventado pelo jurista Ives Gandra.
“A manifestação feita pelo general Santos Cruz deixa muito clara a posição das Forças Armadas. Eles não querem repetir a experiência de 1964”, disse Jobim.
Fernando Henrique destacou que é necessário que todos fiquem alertas contra as ameaças autoritárias. “Não se trata, como em outros tempos, de um golpe militar. Pouco a pouco vai erodindo as bases do sistema democrático. Porque senão você vai caindo num sistema que não é mais democrático”, observou.
“Eu vivi outros momentos da nossa história que não havia liberdade. É diferente, é mais difícil sobreviver quando não há liberdade. Hoje nós podemos falar. Aqui mesmo temos pessoas de trajetórias diferentes”, acrescentou FHC.
Para FHC, “todos os que estão a favor da democracia devem se unir neste momento”. Ele disse que apoia todas as iniciativas neste sentido. O tucano chamou a atenção para a necessidade de estender as discussões para os militares. “Tenho certeza que neste grupo há quem possa fazer isso. Não podemos subestimar a sua importância em nossa história”, afirmou o ex-presidente.
Ele destacou também o grande papel que vem sendo cumprido pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia. Defendeu que a democracia se desenvolva, que agregue mais participação para melhor atender à população.
O ex-presidente FHC observou que esta tendência de arbítrio não é específica do Brasil e que a necessidade de uma frente pela democracia é decisiva em momentos como este. Ele disse que os protestos contra os ataques ao STF foram muito importantes para mostrar a resistência da sociedade.
FHC acrescentou que lideranças mais velhas, nas quais ele também se incluiu, devem parar de ficar disputando espaço e dar lugar, segundo ele, “para as lideranças das novas gerações”. Nelson Jobim disse que vê a frente já atuando, quando personalidades se unem concretamente para defender democracia.
Assista ao debate aqui