“O poder público tem que ser fortalecido, tem que ter investimento público para que esse país ande”, destacou o vereador Eliseu Gabriel durante a 37ª edição do Prêmio Personalidade da Tecnologia, do Sindicato dos Engenheiros no Estado de SP
Na última segunda-feira (11), transcorreu a 37ª edição do Prêmio Personalidade da Tecnologia, realizado pelo Sindicato dos Engenheiros no Estado de São Paulo (SEESP). A categoria realiza o evento e homenageia grandes personalidades da área em uma data que celebra a comemoração ao Dia do Engenheiro.
Durante a apresentação do evento, o presidente da Frente Parlamentar da Infraestrutura e Engenharia de São Paulo, vereador Eliseu Gabriel (PSB), relembrou que é preciso garantir que o país volte a crescer, sem “terapias de choque ou ajuste fiscal”.
“Não é possível o Brasil andar tão para trás durante tantos anos, como foi nos últimos tempos. O Brasil da década de 30 até a década de 80 foi o país que mais cresceu no mundo. Nosso país era a China naquele tempo. Nós crescíamos a 10, 12%. É impressionante o que o Brasil cresceu. De repente, resolveu fazer a tal da ‘terapia de choque’, ‘ajuste fiscal’ e não sei o quê, nós começamos esse pique abaixo e até hoje não resolvemos isso. Nós não conseguimos entender. O Estado, o poder público tem que ser fortalecido, tem que ter investimento público para que esse país ande”, disse.
Eliseu relembrou que São Paulo teve muitos investimentos para se tornar a grande potência que é e que é preciso retomar esse investimento.
“A cidade de São Paulo, por exemplo, eu lembro de quando eu era garoto, ouvia no rádio assim: Agora vamos ao grande Jornal Falado Tupi em São Paulo, a cidade que mais cresce no mundo. Só se falava isso. E era mesmo, porque tinha investimento público em infraestrutura. São Paulo não era nada, virou o que virou com investimento público, infraestrutura e engenharia. Hoje, existe a necessidade de que se a gente parar com essa história de terapia de choque e fazer as coisas andarem, é preciso pegar o dinheiro público e fazer investimentos para que o país cresça, para que se possa gerar empregos e para que as pessoas sejam mais felizes”, continuou.
Por fim, o vereador afirmou que o país tem os melhores e mais qualificados profissionais da área da engenharia, mas que é preciso parar a política econômica que freia os investimentos e impede que o país possa se desenvolver ainda mais.
“Eu vejo o esforço que o Sindicato dos Engenheiros faz em várias atividades como o Cresce Brasil, entre outras, mas o que impede? A política impede. Nós temos bons engenheiros? Creio que o Brasil tem os melhores engenheiros do mundo provavelmente, grandes engenheiros, grandes arquitetos, grandes gestores, grandes médicos, grandes professores em todos os sentidos. Mas no entanto a política não deixa a coisa andar, pois o que decide? É a política, a política econômica, é isso que amarrou o Brasil. Esperamos que o país cresça, que evolua e consiga romper essas amarras e se desenvolver ainda mais. E o SEESP, que tem esse papel tão importante, que consiga realizar seu objetivo que é fazer o Brasil voltar a crescer”, continuou.
“Eu queria só elucidar esse exemplo dos semicondutores, é um exemplo incrível, pois quem vai investir em semicondutores? Tem que ser o Estado, o poder público. Um país como o Brasil tem que ter o Estado investindo em semicondutor não tem outra saída. O Brasil cresceu suas grandes empresas, a Petrobras e tantas outras por causa do Estado. A SABESP é uma coisa estatal, a SABESP foi fundada há 50 anos pra tirar as doenças na capital. São Paulo estava morrendo de doença. A SABESP foi que fez um grande trabalho na saúde e hoje é uma grande empresa pública que dá lucro para o Estado. Então são essas questões que nós temos que estar sempre atentos e nós criamos nossa Frente Parlamentar de Infraestrutura e Engenharia, pois nós temos muita esperança de conseguir fazer, avançar e melhorar a vida de todos da nossa cidade”, afirmou Eliseu Gabriel.
HOMENAGENS
O presidente do SEESP, Murilo Pinheiro, relembrou em seu discurso que os homenageados foram escolhidos por sua contribuição ao desenvolvimento do país.
“Estamos aqui no Dia do Engenheiro, 11 de dezembro. Festejamos junto com todos neste nosso dia e agradecemos a todos os premiados pelo trabalho que eles realizaram. Reconhecemos que o Brasil cresceu mais com o trabalho de cada um de vocês homenageados”, disse Murilo.
Ele destacou a necessidade de investimento em semicondutores no Brasil para garantir o desenvolvimento tecnológico no nosso país.
RECUPERAÇÃO DO INVESTIMENTO
A ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Luciana Santos, recebeu o prêmio Valorização Profissional concedido pelo SEESP. Em seu discurso, a ministra destacou o esforço para recuperar a capacidade de investimento em ciência, tecnologia e inovação.
“Estamos neste esforço de reconstrução, que passa por voltar a valorizar a ciência, a tecnologia e a inovação, e ter um olhar contemporâneo para os desafios. É neste sentido que temos implementado um conjunto de medidas para recuperar nossa capacidade científica e ajudar o país a resolver os seus problemas com o olhar para o desenvolvimento e bem-estar da sociedade”, disse a ministra.
Segundo a ministra, a ciência e inovação do país enfrentaram problemas que reverteram os investimentos públicos de décadas na área.
“Nós vivemos no passado um período virtuoso no nosso país com muitas perspectivas para economia, em especial para a engenharia. No entanto, com o desmonte de políticas públicas e o corte de investimento que nós assistimos no governo anterior, é preciso pensar em investimento nessa área. Somos daqueles que defendemos com muita firmeza o combate à corrupção. Mas nós entendemos que isso não deve implicar na destruição da nossa indústria nacional. Nós precisamos punir os responsáveis, como estão sendo e foram punidos, mas as empresas precisam continuar, para que elas possam continuar os serviços da engenharia no nosso país”, afirmou.
Luciana relembrou as ações de caráter emergencial tomadas pelo MCTI para recuperar a capacidade científica e contribuir para a reindustrialização do país.
“A recomposição integral dos recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT) foi uma conquista estratégica. Por decisão política do presidente Lula, o FNDCT passou a dispor de R$10 bilhões para investimento em projetos estruturantes. O FNDCT é fundamental para a nova política industrial que nós estamos implementando, amparada na inovação, no conhecimento e alinhada ao desafio da agenda climática e ambiental, na transição energética e da transformação digital”, completou Luciana Santos.
Também foram homenageados o vice-governador de São Paulo, Felício Ramuth, na categoria de Cidades Inteligentes, por sua atuação enquanto prefeito de São José dos Campos; o diretor do Instituto Mauá de Tecnologia, Marcello Nitz da Costa, na categoria de Educação; o professor da Faculdade de Administração e Economia da USP (FEA-USP), Antonio Corrêa de Lacerda, na categoria de Reindustrialização, o prefeito de Botucatu (SP) Mario Eduardo Pardini Affonseca, na categoria de Saneamento, o diretor da Confederação Nacional dos Transportes (CNT) Francisco Christovam, na categoria de Transporte e Mobilidade Urbana.
Assista a premiação: